Tomates do Brasil para a Argentina
Importação se deve ao congelamento de preços
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Além disso, o governo Kirchner está preocupado em manter o novo congelamento de preços, iniciado na segunda-feira, sem sobressaltos. “Se possível, queremos os tomates (do Brasil) a preços inferiores aos do mercado, o que seria muito melhor”, disse Capitanich.
O preço do quilo do tomate nas quitandas está 10,50 pesos (RS$ 3,80) em média na capital do país. Capitanich disse que o objetivo são os “preços protegidos”. O Mercado Central da República Argentina será o encarregado da importação.
Capitanich informou ainda que o governo Kirchner poderia decidir nos próximos dias a importação de outros produtos alimentícios com objetivo de combater a eventual alta de preços de seus similares nacionais.
A decisão implica uma guinada na política protecionista dos últimos cinco anos, ao longo dos quais a administração Kirchner privilegiou os produtores nacionais, mesmo que isso provocasse alta da inflação, cuja existência – paradoxalmente – o governo nega.
Congelamento. O governo Kirchner deu início ao terceiro congelamento de preços em menos de um ano. O primeiro, lançado em fevereiro do ano passado, abrangendo 12,5 mil produtos, fracassou em meados do ano e foi substituído por uma versão menor, de 500 produtos.
Na ocasião, a presidente Cristina anunciou que o novo congelamento contaria com a fiscalização rigorosa de milhares de militantes de organizações kirchneristas em todo o país. Esses militantes, no plano original, entrariam nos supermercados para verificar quais empresários estavam “traindo a pátria” ao remarcar preços. No entanto, esse congelamento preços também fracassou.
O novo congelamento, mais modesto, abrange 194 produtos da cesta básica e está sendo aplicado somente nas redes de supermercados da capital e nos municípios da Grande Buenos Aires, onde reside um terço da população do país.
Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, o congelamento será revisado a cada três meses. O ministro, porém, usa a expressão “acordo de preços” e também não fala em inflação, citada como “dispersão de preços”.
Fonte: Estado de S. Paulo