Torcedor do Flu atacado com barra de ferro escapa da morte, deixa hospital e vira história de união no futebol
Pedro Scudieri quase fez parte da lista de mortes ligadas ao futebol. Nas palavras de sua própria mãe, Marilene, o torcedor do Fluminense espancado com uma barra de ferro em fevereiro esteve “na porta da morte”. Mas quis o destino que sua história não fosse de tristeza, mas de união e amizade. Nesta quinta, ele deixou o hospital para dar início a nova caminhada.
— O pior passou. O tratamento vai seguir em casa. Estamos tentando uma vaga no hospital Sarah Kubitschek, porque a reabilitação dele agora é neurológica — explica Marilene.
Sua fala ainda é lenta e a mobilidade, reduzida. Ele fará tratamento neurológico e sessões de fisioterapia e de fonoaudiologia. Scudi não se lembra do dia do ataque e nem dos meses seguintes. Neste período, torcedores dos quatro clubes se mobilizaram para doar sangue. Os amigos da Bravo 52, a organizada da qual faz parte, promoveram um mosaico na partida contra o Universidad de Quito, no último dia 29, no Maracanã, pela Sul-Americana. Nesta quinta, eles estavam na porta do hospital para saudá-lo.
— É muita felicidade, uma gratidão sem fim — conta Marilene.
A mãe do tricolor de 24 anos só não fala com o mesmo entusiasmo quando o assunto é a violência ligada ao futebol. Scudi foi atacado porque vestia uma camisa do Fluminense — retornava de jogo em Xerém. Com o auxílio de câmeras de segurança, policiais da 18ª DP (Praça da Bandeira) identificaram os suspeitos. Passados cinco meses, Marilene diz que a investigação não avançou:
— Olha a confusão que ocorreu no sábado, no jogo do Vasco. Se os mesmos que atacaram o Pedro estavam envolvidos, isso poderia ter sido evitado.
Procurada, a Polícia Civil informou que “existem autores identificados e, diante das diligências que faltam com um algum grau de complexidade, espera-se em breve o encaminhamento do Inquérito à Justiça devidamente concluído”.