Trabalhadores do setor elétrico alertaram sobre risco de apagão duas semanas antes que ele ocorresse

Documentos do Coletivo Nacional dos Eletricitários enviados às instituições alertava para riscos como a demissão em massa de trabalhadores e intervenções não autorizadas

Linhas de alta tensão em Brasília
Linhas de alta tensão em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Representantes de trabalhadores do setor elétrico nacional alertaram com duas semanas de antecedência a direção da Eletrobrás, o Operador Nacional do Sistema (ONS), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia, sobre os riscos do apagão que desestabilizou o Sistema Nacional Integrado, registrado no dia 15 de agosto. O apagão atingiu o Distrito Federal e pelo menos 25 estados do país e faturou cerca de 29 milhões de brasileiros.

Segundo o site da Band, nos documentos enviados às instituições, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) – entidade que congrega sindicatos, federações, confederação e associações de trabalhadores – , afirmava que os riscos de falhas e até de colapso poderiam ser causados por vários fatores, como a demissão em massa de trabalhadores e pelas intervenções realizadas sem aprovação pelo ONS.

As advertências sugeriram que falhas e potencial colapso poderiam ser iminentes, colocando em risco a confiabilidade do sistema e a disponibilidade operacional dos ativos. Ainda conforme a reportagem o CNE afirmou em um dos ofícios que a existência de cancelamentos de intervenções necessárias em equipamentos refletiam diretamente na “confiabilidade e disponibilidade operacional dos ativos”, o que poderia resultar em desligamentos com interrupções de cargas.

Somente na última quinta-feira (31), duas semanas após a falha na geração de energia do último dia 15, o ministério oficiou a Eletrobrás para avaliar a possibilidade de suspensão do Plano de Demissão Voluntária da Empresa. Em paralelo a uma apuração aberta pelo ONS, a pasta também acionou o Ministério da Justiça, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para apurar o incidente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *