Trapalhada de Temer é tiro no pé do golpe

Fotos: Romério Cunha/ VPR: <p>16/11/2015- Brasília- DF- Brasil- Vice-presidente Michel Temer recebe Haakon Magnus, príncipe herdeiro da Noruega.</p>

A frase “verba volant, scripta manent” (palavras voam, escritos permanecem), que abre a cartinha de Temer, não poderia ser mais tola.

Primeiro: inventaram o gravador há muito tempo, de maneira que as palavras ditas oralmente podem durar tanto quanto palavras escritas.

Segundo: a profusão infinita de textos publicados nas redes faz com que a scripta voe mais que nunca.

Se é para citar latim, senhor vice-presidente, ao menos evitemos esses clichês mal ajambrados e vamos aos clássicos!

Vamos citar, por exemplo, Virgílio!

“Quae causa indigna serenos foedavit vultus?” (Eneida, Livro 2, verso 286).

Que causa indigna desfigurou teu semblante sereno?

O que fez um político até então conhecido por sua discrição e temperamento suave agir como um aloprado de primeira viagem?

Deslumbramento com possibilidade de assumir a presidência, em caso de golpe?

Chantagem de Cunha?

Combinação golpista com a Globo?

Seja como for, o tiro parece ter saído pela culatra.

Michel Temer, como vice-presidente, deveria zelar pela estabilidade política e não agir para trazer ainda mais instabilidade, trazendo mais sofrimento ao povo brasileiro e prejudicando a recuperação econômica!

O golpe agoniza.

Na Globonews, epicentro do golpe, os jornalistas não estão conseguindo segurar os convidados, que agora falam abertamente em “golpe paraguaio”.

A narrativa do golpe, que pretendia se passar por uma medida perfeitamente constitucional, está fugindo ao controle da mídia.

Abaixo, matéria do Globo, publicada há pouco, mostrando a repercussão profundamente negativa da carta de Temer junto aos senadores do PMDB, que se sentiram traídos pelo vice-presidente.

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