Curaçá: “O município está falido, econômico e administrativamente”, diz presidente da Câmara

 
 
Não é de hoje que as denúncias de irregularidade contra o Prefeito de Curaçá, no norte baiano toma conta da imprensa do Vale do São Francisco. Os vereadores da bancada de oposição apontam as irregularidades na administração do prefeito do município, Carlos Brandão (PPS), e já denunciaram o gestor ao Ministério Público Federal, em Petrolina (PE). Entre as denúncias, o superfaturamento da merenda escolar, entre elas a carne de bode que foi adquirida a R$ 25,00 o quilo, e o superfaturamento no transporte e desvio de 53 mil litros de leite do programa Fome Zero.
O que tudo indica é que a prefeitura de Curaçá está falida, é o que afirma o presidente da Câmara de Vereadores de Curaçá, Theodomiro Mendes (PR). “Posso dizer que o município está falido, econômico e administrativamente. Um fornecedor está há quatro meses sem receber, este é o quadro geral do município, essa é a situação de todos os fornecedores de Curaçá”, disse Theodomiro, sobre a denúncia de um comerciante da cidade ao AP,que disse ainda que os prestadores de serviço e os fornecedores da prefeitura estão há quase quatro meses sem receber seus pagamentos. “Forneceu a mercadoria e até a presente data ainda não recebeu, não podendo arcar com seus compromissos financeiros junto aos seus fornecedores, e também deixando de circular o dinheiro na cidade, deixando de aquecer a economia, deixando de gerar emprego e renda, como esse rapaz que teve que demitir funcionários, o que trás um grande prejuízo para a nossa cidade”, completou.
Mendes denunciou ainda que os transportadores de alunos estão há três meses sem receber, sendo que  alguns recebem metade do que deveria, e locatários de  veículos no município, estão há quatro meses sem receber e outros já estão no quinto mês, tantos os fornecedores quanto os contratados estão com três meses sem receber salários. “Ser gestor é mais do que ser um ordenador de despesas, ser gestor na real situação do país hoje, é planejar, você tem que planejar a sua receita e a sua despesa, o que infelizmente não tem acontecido em Curaçá. A demanda tem sido grande, a desorganização, o desgoverno tem sido grande, levando ao caos administrativo que está instalado no nosso município”, lamenta.
Os prefeitos da região do Vale do São Francisco fizeram uma mobilização nacional em Brasília, junto ao Governo Federal por mais recursos, e a presidente Dilma acatou uma das reivindicações e mandou um socorro para os municípios. Segundo Mendes, Curaçá foi contemplada com uma verba extra ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) no valor de R$ 380 mil reais. “Não se pode falar em queda de receita, houve uma ajuda extra e Curaçá foi contemplado.  É preocupante para quem é curaçaense, infelizmente vemos um quadro desolador, o comércio está enfraquecido, não há o aquecimento, a tendência é se aquecer a economia em decorrência das festas de final do ano. Se a prefeitura não paga, o comércio se preocupa. A prefeitura é quem dá o ritmo da economia”avalia.
“Infelizmente, o destaque que sai na grande imprensa nos dias de hoje sobre o nosso município são negativos, e do jeito que se encontra não vai faltar matérias nas páginas policiais porque não existe perspectiva de melhora. O que chega é dos governos estadual e federal, porque com os recursos do próprio município ninguém vê nada”, concluiu.

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