Tudo pronto para o II Evento Literário em Jequié (BA)

FOTO Eduardo COUTINHO

“O encontro da poesia de Wally Salomão, Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi com a crônica de Rubem Braga”. Com este sugestivo anúncio à segunda edição da Festa Literária do Sertão de Jequié – FELISQUIÉ convida os amantes da literatura para o evento literário, que será realizado em espaços acadêmicos e culturais como o Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães, o Campus de Jequié da UESB e a Praça Rui Barbosa em Jequié, no período de 26 a 29 de outubro de 2013.

A Felisquié é uma realização da Academia de Letras de Jequié – ALJ e tem parceria da  Pró –Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários  – Proex da UESB  e do projetos Papo Lírico, do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologia da UNEB – Campus XXIII de Seabra, do Centro Acadêmico do curso de Letras da UESB – Campus de Jequié, do Proler,  do Hospital Calheira e  da   Prefeitura de Jequié.    Além de palestras e conferência, haverá também oficinas de criação literária de poesia, crônica, crítica literária, de leitura de crônicas e literatura na internet, comunicações acadêmicas de trabalhos literários e apresentações culturais.

Segundo o curador da Felisquié, jornalista e escritor Domingos Ailton, esta segunda edição prestará  homenagens ao poeta jequieense Wally Salomão, que  estaria completando 70 anos de  vida este ano de 2013 e ao centenário de   nascimento de Vinicius de Moraes, Rubem Braga e Dorival Caymmi. Para tanto foram convidados familiares e estudiosos da obra desses artistas. Estão confirmadas a presença do poeta e produtor cultural Jorge Salomão, que está preparando um livro biográfico sobre o irmão Waly, dos escritores Stella Caymmi, Eduardo Coutinho, Maria Lúcia Martins, Carlos Ribeiro, Aleilton Fonseca, Sérgio Mattos, Carlos Souza Yeshua, Valdeck Almeida de Jesus, Kátia Borges, Mariana Paiva, Gildeci Leite, Marielson Carvalho, entre outros nomes da literatura baiana e brasileira.

Poesias em palestras, declamações e oficinas

 O escritor, professor e membro da Academia de Letras da Bahia, Aleilton Fonseca abordará o tema “Poesia das vivências: a vida nos poemas e nas canções”. Com essa temática, o palestrante vai  tratar de poemas, textos e canções dos autores  homenageados.  A escritora e jornalista Mariana Paiva falara sobre o  processo de criação da poesia.   “A poesia ainda é uma festa” é o título da palestra da também jornalista e escritora Kátia Borges.

Os jornalistas Mariana Paiva, Kátia Borges, Nilson Galvão e o músico Fábio Haendel apresentarão um sarau de poesias. Versos de Vinícius de Moraes e Waly Salomão serão declamados por Jorge Salomão. As canções poéticas  de  Vinícius, Waly e Caymmi comporão o repertório de show da Banda Arguidá com     participações de Maria de Souza, Ana Barroso e Nuno Menezes.

Desafios da comunicação

 A Revolução Digital e os Desafios da Comunicação, título de um livro do jornalista e escritor Sérgio Mattos  será tema de debate no sábado, 26, pela tarde. 

Rubem Braga, o poeta da crônica

 O cronista Rubem Braga, homenageado da Felisquié no seu centenário, terá sua vida e produção literária como foco da mesa redonda Rubem Braga: um escritor combativo. A outra face do cronista lírico,  que reunirá no sábado à tarde os escritores Carlos Ribeiro e Eduardo Coutinho.

A dimensão poética do Waly Salomão

A dimensão poética do poeta jequieense Waly Salomão, uma das principais figuras do tropicalismo, será debatida pelos escritores Jorge Salomão e Maria Lúcia Martins e pelos professores Anísio Assis Filho e Liz Teles no domingo, dia 27. Na oportunidade o crítico literário Eduardo Coutinho apresentará uma entrevista com Waly Salomão, do Centro Afrânio Coutinho do Rio de Janeiro.

Fala Escritor

Tendo como palestrantes Carlos Souza Yeshua e Valdeck Almeida de Jesus, a experiência do projeto Fala Escritor, que é realizado em Salvador, será conhecida pelos participantes da Felisquié no domingo, 27, pela manhã.

O Mensalão

Fruto de uma dissertação do Mestrado em Memória e Linguagem da UESB, defendida recentemente, o professor Marcelo Machado abordará a temática O caso mensalão como acontecimento discursivo.                                                    

Consciência

 A professora Maribel Barreto, integrante da Academia de Letras de Jequié e nome respeitado nacional e internacionalmente na área educacional enfocará o tema A consciência através da Literatura.

Roda Literária

Alunos do Colégio Faraildes Santos entrevistarão os escritores Domingos Ailton e Zilda Freitas sobre suas produções literárias em um círculo denominado Roda Literária, na segunda, 28.

A Influência do Candomblé

   O Candomblé na poesia e nas canções de Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes e Wally Salomão. Este é o título de uma mesa que reunirá o poeta Jorge Salomão e os professores Gildeci Leite e   Marielson Carvalho.

Vinícius de Moraes

O poetinha Vinicius de Moraes. Assim era carinhosamente chamado o poeta e compositor de versos e canções consagradas. Esse também será o título da mesa redonda sobre  Vinícius que reunirá a professora Zilda Freitas e o crítico literário Eduardo Coutinho.

Projeto Ler é um prazer

Os 5 anos da Revista COTOXÓ também terá comemoração na FELISQUIÉ. A experiência do Projeto Ler é um prazer  em que a publicação serve como suporte didático nas escolas e faculdades e o programa de formação  de leitores desenvolvido em diversos segmentos da comunidade serão relatos pelo editor Domingos Ailton e os articulistas Adriana Barbosa, Charles Meira e Raimundo Matos.

 Exibição de filmes

Na Felisquié serão exibidos filmes dentre eles:  “Gregório de Mattos”, de Ana Carolina, que  foi produzido em 2001, tendo  Waly Salomão, no papel do poeta Gregório de Mattos Guerra, baiano nascido em Salvador, em 7 de abril de 1623, além de Ruth Escobar, Marília Gabriela, Guida Vianna, Virgínia Rodrigues, Eliza Lucinda e Rodolfo Bottino. O filme terá comentários de Robinson Roberto e Roberto Leal “PAN-cinema permanente”, de Carlos Nader, produzido em 2008, é um documentário sobre Waly Salomão, com participação de Adriana Calcanhotto, Afro Reggae, Antonio Cícero, Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Júnior, Khalid Salomão, Omar Salomão, Regina Casé, Suzana de Moraes, além de EXTRAS, com participação de João Moreira Salles, Carlos Alberto Mattos, Arto Lindsay, Duncan Lindsay, Heloisa Buarque de Holanda, Jards Macalé, Jorge Salomão, Luiz Melodia e Maria Bethânia. E, ainda, o curta Trovoada, de Carlos Nader, com Waly Salomão terão comentários de Robinson Roberto.

Felisquié fará parte das comemorações do centenário de Caymmi

A escritora, jornalista e professora Stella Caymmi,  filha de Nana e neta de Dorival  Caymmi, é presença confirmada na FELISQUIÉ. Ela  fará a conferência de encerramento do evento dia 28 de outubro, às 19h na UESB- Campus de Jequié. A FELISQUIÉ vai compor a programação  nacional de comemoração dos 100 anos  de Dorival Caymmi.

Stella, biógrafa do seu avó Caymmi, vai lançar na FELISQUIÉ  seus  livros dentre os quais o mais recente,   O que é que a baiana tem? – Dorival Caymmi na Era do Rádio.   Veja o texto sobre a obra.

Em O que é  que a baiana tem?, Stella Caymmi revisita o início da carreira de seu avô Dorival Caymmi e abre as comemorações do centenário de nascimento deste ícone da MPB

Com base em mais de 70 entrevistas com avô Dorival, Stella Caymmi faz um recorte na carreira deste inesquecível cantor e compositor ao apresentar uma rica análise de sua carreira entre os anos 1930 e 1950 – período conhecido como a Era do Rádio.  A autora revela a ascensão meteórica de Dorival deste sua chegada no Rio de Janeiro, em 1938. Em poucos meses de atividade no meio musical carioca, ele se tornou famoso como autor do samba que dá título ao livro. Além das longas conversas com o cantor e compositor antes de sua morte, em 2008, Stella  empreendeu uma minuciosa pesquisa em seu acervo particular, reunido durante 20 anos, e no Arquivo Dorival Caymmi. A música O que é  que a baiana tem?,  imortalizada na voz de Carmen Miranda, é o eixo central da narrativa que revela declarações inéditas de Dorival sobre a sua carreira. Os depoimentos de Caymmi mostram a importância dele na trajetória artística da “Pequena Notável” e vice-versa, além de retratar a difícil relação entre a classe artística da época e o Estado Novo. O livro  apresenta um rico panorama de um dos períodos mais efervescentes da produção musical no Brasil.

“A ideia inspiradora deste trabalho foi fazer uma seleção crítica de temas importantes e centrais a partir dos depoimentos de Caymmi, sobretudo os que acarretaram tensões e dificuldades na sua carreira, que pudessem revelar algumas das suas características fundamentais e iluminar um pouco mais aquela fase”, afirma a autora.

A canção O que é que a baiana tem? foi  lançada pela estrelíssima Carmen Miranda no cinema, no rádio e no disco. A partir deste sucesso, Dorival ganhou o reconhecimento de seu valor como cantor, por suas atuações nas Rádios Tupi, Transmissora, Nacional e Mayrink Veiga.

 A importância de Caymmi na carreira de Carmen, seu convívio com os colegas de profissão, além dos conflitos entre artistas, emissoras, gravadoras e imprensa são analisados pela autora. Também ganham destaque neste rico recorte da carreira de Caymmi, a influência dos intelectuais de esquerda, como Jorge Amado e dos grupos do empresário Carlos Guinle e dos compositores envolvidos na luta pelo direito autoral. Eles aparecem como peças importantes na formação do artista, que teve o auge da sua carreira, justamente, durante este rico período da história cultural brasileira.

 “Caymmi serve aqui de personagem modelar e, ao mesmo tempo, um guia pelos meandros do período. Isso não quer dizer que as carreiras ou as oportunidades se equivalessem (…), mas o objetivo deste trabalho é dar uma amostragem das ‘regras do jogo’”, diz Stella.

A música popular brasileira, depois de longo período de formação, marcado pelo surgimento da modinha e do lundu, passa, no fim da década de 1920, por uma fase de consolidação em que, com seus gêneros básicos – o samba, o choro e a marchinha – cristalizados, adquire personalidade própria e integra-se à realidade do século XX. Contribui para o sucesso dessa fase, conhecida como Época de Ouro, a entrada em cena de uma extraordinária geração de cantores, compositores e músicos, ao mesmo tempo em que chegam aqui a gravação eletromagnética do som, o rádio e o cinema falado. Assim, por uma feliz coincidência, a obra desses artistas é a primeira no Brasil a desfrutar do privilégio de ser registrada e difundida por essas novidades tecnológicas.

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