Um Nordeste para além da transposição do São Francisco
Opinião
O Nordeste vive um momento de transformação, com avanços significativos em setores como energias renováveis, agronegócio de precisão e, mais recentemente, na área de inovação tecnológica e saúde. Essa mudança é amparada por um ecossistema robusto de universidades, parques tecnológicos e Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), presentes em diversos estados da região. Em Pernambuco, destacam-se o Porto Digital, o Centro de Tecnologias Estratégicas para o Nordeste e as ações das universidades como UFPE, UNIVASF e UPE, que têm sido fundamentais na formação de capital humano e no desenvolvimento de tecnologias para o CEIS. Outro aspecto relevante é a Nova Indústria Brasil a oferece uma oportunidade única para o Nordeste consolidar-se como um polo industrial moderno e sustentável. O desenvolvimento sustentável do Nordeste passa pela capacidade de integrar inovação, ciência e políticas públicas em um projeto estruturante, como o proposto pelo CEIS. No entanto, o sucesso depende do envolvimento do governo federal, por meio de seus ministérios, da SUDENE, universidades, institutos de pesquisa e sociedade civil. É essencial um projeto que conecte todas as particularidades do nosso território e alinhe-se aos rumos e anseios da população brasileira. Investimentos em infraestrutura, pesquisa e capacitação profissional são fundamentais não apenas para fortalecer a cadeia produtiva, mas também para transformar o Nordeste em um polo de excelência no setor de saúde. Ao investir em projetos de fronteira do conhecimento, podemos desencadear uma verdadeira revolução, que se inicia com a educação e culmina na geração de riquezas de alto valor agregado.
Por: José Lamartine Soares Sobrinho – Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Coordenador do INCT do complexo econômico industrial da saúde