Urge “desmessianizar” o Messias Bolsonaro

A mídia brasileira está saturada de mencionar fatos sobre os quais o presidente da República opinou nos últimos seis meses, tantas as bobagens ditas por ele durante esse período. As mais recentes tiveram como alvo os nordestinos e foram captadas, na última sexta-feira, em Brasília, no encerramento de um café da manhã com correspondentes estrangeiros.

O presidente, que nunca se conformou por ter obtido apenas 30% dos votos válidos do Nordeste, nas eleições de 2018, trata a região com absoluto desprezo. Não tem noção da estatura do cargo que ocupa e nem avalia as consequências do que diz. Conforta-o, certamente, ser chamado de “mito” em igrejas evangélicas, sendo que de mitológica mesmo sua figura não tem nada. O pior é que o povo brasileiro já está se acostumando com esse estilo, que inclui também o confronto verbal com generais que não subscrevem o que ele diz e a desqualificação de agências como o IBGE, a ANCINE e o INPE, sempre que divulgam dados com os quais o governo não concorda.

Como a maioria do povo brasileiro, em dois plebiscitos, já deu um “não” ao parlamentarismo, que poderia nos livrar desse presidencialismo irracional, resta-nos aguentar com resignação os três anos e cinco meses que ainda temos pela frente, já que a hipótese do impeachment, pelo menos em curto e médio prazo, se apresenta como improvável. (Inaldo Sampaio)

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