Redação
“A merenda que é oferecida nas escolas não é de qualidade. Durante 15 dias o alimento oferecido em várias escolas foi bolacha com suco. O recurso chega, mas poderia oferecer uma alimentação digna e de qualidade”, revela o vereador Cássio Boca (PSD) do município de Pilão Arcado em contato com o AP.
Segundo o vereador, a creche tem nutricionista, mas a qualidade da merenda é péssima, e por mais fome que as crianças estejam, terminam deixando. “Algo de errado está acontecendo. Todos nós sabemos que uma merenda escassa e de má qualidade afeta a aprendizagem causando impacto na saúde. A merenda muitas vezes é a única alimentação que as crianças têm durante o dia. Ela é um acréscimo para favorecer uma vida melhor”, revela.
Segundo levantamentos realizados pelo AP, a falta de vários nutrientes pode afetar até a fisiologia do corpo. Uma alimentação com falta de vitamina A pode repercutir na acuidade visual das crianças, são crianças que não vão conseguir enxergar direito. A falta de proteínas, de elementos energéticos, faz com que ela se torne mais sonolenta. A fome causa irritabilidade nas crianças e repercute também na questão motora e cognitiva. Os primeiros três anos de vida são o momento em que o cérebro mais precisa de nutrientes para fazer boas conexões.
Ainda assim, crianças que não se alimentam são mais apáticas, não têm força para raciocinar. São crianças que têm um comportamento defensivo de ficar silenciadas, acanhadas porque não têm energia. A criança gasta energia e precisa de boa energia que vem a partir dos alimentos. Uma criança saudável brinca, corre, pula, mas, se ela tem fome, não vai fazer nada disso. Na questão da linguagem, o número de palavras que ela acumula é muito menor para a faixa de idade: isso repercute no raciocínio, no desenvolvimento de habilidades. Pode repercutir na reprovação, porque elas não acompanham todo o conteúdo, e na autoestima. Ela acha que não é capaz de fazer nada, tem desinteresse de ir para a escola.