Vereador morto em Serra Talhada era chefe de quadrilha que praticava homicídios

Nove armas e diversas munições foram apreendidas na operação / Foto: Valéria Oliveira/JCNove armas e diversas munições foram apreendidas na operaçãoFoto: Valéria Oliveira/JC

O vereador Cícero Fernandes da Silva, morto em março deste ano em Serra Talhada, Sertão de Pernambuco, era um dos chefes da quadrilha responsável por praticar homicídios no município. A informação foi repassada pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (11) para divulgar os detalhes da Operação Paz no Sertão, deflagrada na última quinta (7). Ao todo, quatro pessoas foram presas e outras quatro estão foragidas.

De acordo com a Polícia Civil, um dos acusados de assassinar o vereador de Serra Talhada, identificado como Israel Pereira Lima, é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa do País, que tem base em São Paulo. O outro é Wellington Silvestre dos Santos, que é acusado, além deste crime, de participar da chacina de Poção, no Agreste do Estado, quando três conselheiros tutelares e uma dona de casa de 63 anos foram mortos a tiros. Ambos os suspeitos e outras duas pessoas estão foragidas.

Coletiva de imprensa foi realizada na manhã desta segundaColetiva de imprensa foi realizada na manhã desta segundaFoto: SDS/Divulgação

Ainda no dia da operação Paz no Sertão, a polícia divulgou a prisão de Luciano de Souza Soares, Cícero Valdevino da Silva e Georgenes Alves Pereira, todos policiais militares, sendo os primeiros de Pernambuco e o último da Paraíba. Além dos PMs, uma quarta pessoa, identificada como Renato Rodrigues da Silva, foi presa na última quinta-feira.

Georgenes Pereira foi apontado como mandante da morte de Cição, como era conhecido o vereador, já que o grupo do político teria assassinado o irmão do PM. “O crime foi puramente motivado por vingança. No ano passado houve alguns homicídios, e as pessoas que tiveram parentes mortos por esse grupo criminoso decidiram se unir para matar o principal chefe da organização, que era o vereador”, explicou o delegado Guilherme Caraciolo, responsável pelas investigações.

Presente na coletiva de imprensa, o secretário de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou que todos os PMs envolvidos serão punidos.

Nove armas e diversas munições foram apreendidas na operação. Na Paz no Sertão, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em solo pernambucano, com a participação de 193 policiais civis e 56 policiais militares. A Polícia Civil espera concluir o inquérito dentro de 60 dias.

INSEGURANÇA – Moradores de Serra Talhada estavam assustados com a onda de homicídios na região, uma vez que, desde janeiro até o fim de abril, nove assassinatos haviam sido registrados na cidade.

Segundo o delegado Francisco Océlio, que compôs a Força Tarefa designada para investigar as mortes, os criminosos intimidavam os moradores com ameaças. “O medo se instaurou em Serra Talhada. Ninguém se propôs a dar depoimento. Nem mesmo as famílias das vítimas deram informações relevantes para a investigação. Muitas pessoas foram ameaçadas por esse grupo”, explicou.

A Secretaria de Defesa Social (SDS) chegou a enviar reforço policial para conter o clima de insegurança gerado na cidade. A sequência de crimes, inclusive, gerou especulações de que haveria uma lista de pessoas “marcadas para morrer” em Serra Talhada, o que foi descartado pela polícia.

Fonte: NE10

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