O vereador Edielson Beserra Lins (MDB), do município de Itamaracá, no Grande Recife, foi preso em flagrante por racismo e homofobia. De acordo com a Polícia Civil, ele enviou áudios com ofensas contra uma pessoa durante uma discussão num grupo de WhatsApp.
“Você é uma mulher se passando por homem. Isso aí todo mundo, em Itamaracá, sabe: que você é uma mulher. […] Você é maloqueiro e, além do mais, você é ‘viado’. Você é ‘viado’, você dá o ‘caneco’. Isso aí a gente sabe, que você é conhecido como menino de ouro”, disse Lins num dos áudios.
O crime é inafiançável, e o parlamentar foi liberado em audiência de custódia. O advogado que representa o político, Severino Cirino, disse que houve uma “troca de insultos” entre os dois. O delegado responsável pelo caso, Gilmar Rodrigues, contou que os xingamentos começaram depois que a vítima afirmou que o vereador – que foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado após colidir com um motociclista em outubro de 2022 – já tinha sido preso anteriormente.
“Por conta disso, o vereador passou a ofender a vítima com injúria homofóbica e racista, com palavras de baixo calão, ofendendo a sua dignidade. Foram muito ofensivas as suas palavras, o que levou a vítima a ser ridicularizada”, falou o delegado.
De acordo com Rodrigues, a discussão teve início há alguns dias, mas as ofensas se intensificaram na terça-feira (16). “A vítima, nesse desespero, foi violentada no seu caráter, na sua intimidade, e despertou um ódio homofóbico na população, em várias pessoas, por conta das palavras do vereador, já que ele é formador de opinião aqui na Ilha de Itamaracá. E isso levou a vítima a temer pela própria vida e pela sua família porque ficou sem condições de transitar dentro da ilha por conta das piadas e das ofensas”, declarou o delegado.
O vereador foi levado para audiência de custódia, realizada na manhã desta quinta-feira (18) no Fórum de Olinda, no Grande Recife. Na sessão, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu liberdade provisória a Edielson.
Fonte: Blog do Magno Martins