Vice-prefeita de Camaragibe presta queixa contra prefeito na delegacia

Foto: reprodução do Facebook
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“Ele me injuriou, me caluniou”, afirmou nesta terça-feira (24) a vice-prefeita de Camaragibe, Nadegi Queiroz (PSDC), exonerada da Secretaria de Saúde menos de um mês após o início da gestão de Demóstenes Meira (PTB) no município. Nadegi foi à delegacia do município e prestou queixa, reclamando de ter sido acusada pelo prefeito de fraudar a cotação de preços para uma licitação de compra de medicamentos. Segundo a vice, na manhã desta terça-feira, o petebista chamou dezenas de funcionários da pasta já com o novo secretário, o ex-prefeito de Rio Formoso Hely Farias (PTB), e afirmou que ela estava deixando a Saúde por uma irregularidade.

Em nota, Meira não respondeu as acusações da vice e afirmou que a saída de Nadegi foi por “problemas identificados” na pasta. O prefeito disse que “apenas se posicionará sobre os fatos após apuração de auditoria instaurada pela Controladoria Geral do Município, junto ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. A Prefeitura ratifica sua postura transparente em relação à gestão da cidade, e aguarda as conclusões legais para um parecer público.”

A vice-prefeita afirma que foi chamada para uma reunião com Meira e a equipe de licitação da prefeitura e que teria recebido uma ordem para que não se envolvesse em compras da pasta. “De maneira acintosa, desagradável, me dizendo que superfaturei um termo de referência de licitação”, disse. “Depois (nessa segunda-feira, 23), fui recebida por uma funcionária da licitação dizendo que tinha fraudado uma cotação. Agora ele vai ter que provar, faço questão que todas as pessoas que estavam nessa cotação vão à delegacia e falem. Ele (o prefeito) não foi correto, justo e leal. Fiz todo o processo de maneira correta”, se defendeu. “Não tenho meu nome envolvido em nenhuma falcatrua.”

Nadegi acusou o prefeito de usar essa alegação para forçar a sua saída da pasta, por ela não concordar com medidas propostas por ele. Segundo a ex-secretária, Meira ordenou o fechamento do Hospital Aristeu Chaves, unidade municipal que atende diariamente cerca de 150 pacientes, com o objetivo de privatizá-lo. “Ele queria fechar hospital com paciente entubado, na sala vermelha. Como é que eu vou concordar com isso?”, questionou.

A vice-prefeita afirmou ainda que seriam fechados os 43 postos de saúde da família. “Não posso pegar o PSF e fechar todas as unidades porque estão desarrumadas, tem que ir arrumando com os médicos dentro. Não é a maneira certa de administrar”, argumentou. Além disso, reclamou da ideia da contratação de uma consultoria para a saúde do município, um “gasto desnecessário” na opinião dela.

A ex-secretária afirmou que vai procurar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para oficializar que deixou a pasta e não poderá cumprir o acordo de restabelecer os serviços de saúde. Há duas unidades de emergência fechada, das três existentes, e uma maternidade, que era prometida para 1º de fevereiro. Nadegi prometeu fiscalizar a gestão, incluindo as licitações, do gabinete de vice-prefeita, que vai ocupar a partir de agora. “Escolhi errado”, disse sobre ter disputado a eleição com Meira. (Jamildo Melo)

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