Vídeo: Moraes e Mendonça batem boca em votação do 8 de janeiro

“Não coloque palavras em minha boca”, disse Mendonça ao se exaltar com Moraes

Da Redação

Colegas magistrados iniciaram um debate sobre o que configura uma tentativa de golpe
Colegas magistrados iniciaram um debate sobre o que configura uma tentativa de golpe – 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça e Alexandre de Moraes, tiveram uma discussão na manhã desta quinta-feira, 14, durante o julgamento dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.

A situação teve início quando Moraes interrompeu o voto de Mendonça para rebater alguns de seus argumentos contrários a condenar os invasores pelo crime de tentativa de golpe (veja a discussão abaixo).

“Com todo o respeito, Vossa Excelência querer falar que a culpa do 8 de janeiro é do ministro da Justiça… Vossa Excelência vem ao plenário do STF, que foi destruído, para dizer que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo?”, disse Moraes.

Após ser interrompido, Mendonça se exaltou e rebateu as arguições: “Não coloque palavras em minha boca”. O ministro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já tinha sinalizado discordar do relator e de Cristiano Zanin quanto aos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

“Eles não agiram para tentar depor o governo. A deposição do governo dependeria de atos que não estavam ao alcance dessas pessoas […] Há dúvidas razoáveis de saber como esse grupo entrou com tamanha facilidade, eu não digo no Supremo, não digo no Congresso, mas dentro do Palácio do Planalto. Onde estava todo o efetivo da Força Nacional? Hoje o Brasil não sabe”, pontuou Mendonça.

Depois do posicionamento dos dois ministros, os colegas magistrados iniciaram um debate sobre o que configura uma tentativa de golpe. “A cadeira que o senhor está sentado estava lá na rua”, afirmou Gilmar.

Por fim, ambos se desculparam sobre o ocorrido e a votação seguiu. “Se Vossa Excelência se sentiu ofendido, peço desculpas”, afirmou Moraes, que precedeu Mendonça. “Eu agradeço. E se fiz algo indevido, também peço desculpas”, encerrou.

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