VÍDEO: PM amarra mãos e pés de homem em situação de rua; “Escravidão foi abolida?”, questiona padre Júlio

O homem amarrado geme de dor e pede para que policiais tenham calma

Policiais carregam homem amarrado pela UPA.Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Policias militares amarraram as mãos e os pés de um homem em situação de rua na Vila Mariana, em São Paulo (SP), na madrugada de segunda-feira (5). A pessoa foi levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em situação humilhante.

Vídeos mostram os policiais arrastando o homem pelo chão sem nenhum remorso e colocando-o numa maca de maneira violenta. O homem geme enquanto um PM o carrega pelo corredor do UPA, parecendo sentir dor. Não se sabe a motivação que levou os policiais a deterem e amarrarem o homem.

“Calma, tô colaborando, tô colaborando”, diz o homem repetidas vezes, a fim de não ser castigado pelos policiais.

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, compartilhou um vídeo da situação em suas redes sociais e questionou: “A escravidão foi abolida?”

Assista

Usuários das redes sociais também questionam a ação da polícia no caso:

Internauta fica comovido com a situação
Créditos: Redes Sociais
Comentário via Instagram

Pessoas em situação de rua são constantemente abordadas de forma violenta pela polícia e vítimas de torturas por sua posição social vulnerável. A violação dos direitos dessas pessoas é invisibilizada: além de serem ignoradas pelo Estado, são também marginalizadas pelos cidadãos. A cartilha “Violência a moradores de rua no contexto paranaense” aborda a problemática envolta do assunto:

“O desinteresse do Estado pelos moradores de rua sejam eles as pessoas que ficam, estão ou são da rua, reflete a contradição com que a sociedade e a opinião pública tratam o tema, ora com voluntarismo, preocupação humanitária e até assistencialismo, ora com repressão, preconceito e indiferença. O sentimento contraditório do cidadão comum tem alimentado iniciativas dirigidas à população em situação de rua, na área da Segurança Pública”, diz o documento.

Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2020, o número de pessoas vivendo nessa circunstância é exorbitante: 222 mil estão em situação de rua.

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