Virose em SP: investigação sobre origem do surto não encontra contaminação em água potável

Análise anterior de fezes humanas identificou o norovírus como agente causador dos casos de gastroenterite, porém a fonte da disseminação segue sendo investigada

Praia das Pitangueiras, em Guarujá; cidade do litoral paulista tem relatos de surto de virose neste verão.
Praia das Pitangueiras, em Guarujá; cidade do litoral paulista tem relatos de surto de virose neste verão.  – Foto: Divulgação/Prefeitura Municipal de Guarujá
A investigação sobre a origem do surto de gastroenterite causada por norovírus no litoral Norte de São Paulo não encontrou contaminação pelo agente ou por outros vírus na água potável, descartando o consumo como fonte da disseminação.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), que conduz a investigação, diz que as amostras, coletadas nos municípios de São Sebastião e Guarujá e analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, na capital, “não contêm a presença do norovírus, bem como não possuem alteração ou presença de outros vírus”.

norovírus foi encontrado em fezes humanas coletadas em Guarujá e na Praia Grande na última semana após análise também do Adolfo Lutz.

O resultado identificou que o vírus é o causador do surto de virose que levou os atendimentos na região explodirem no fim de ano com relatos de vômitos, náuseas, cólicas e diarreia nas redes sociais, mas não apontou a origem.

— Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção — esclareceu Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da pasta, na ocasião.

Agora, os novos resultados divulgados pela SES-SP apontam que a água potável não foi a causa da disseminação. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável por analisar as águas das praias, afirmou em nota apenas que “essa investigação está sendo conduzida pela Secretaria Estadual de Saúde”.

Monitoramento semanal
Na última semana, o monitoramento semanal da Cetesb sobre balneabilidade das praias mostrou um aumento no número de locais considerados impróprios no estado, de 38 para 51. 19 delas estão no litoral Norte, e 32, na Baixada Santista. Entre elas, as praias do Perequê e da enseada na Avenida Santa Mari, no Guarujá, principal cidade do surto de virose.

No município vizinho de Praia Grande, que também registrou aumento nos casos de gastroenterite, todas as praias estão consideradas impróprias, menos a de Jardim Solemar. O mesmo ocorre em Santos, à exceção de Ponta da Praia e Aparecida.

Em nota, a Cetesb disse que as principais causas para o aumento no número de locais impróprios para banho foram “as chuvas que arrastam a poluição para o mar e o aumento de turistas nessa primeira semana do ano”. “A Companhia orienta os banhistas a evitarem o contato com a água em praias classificadas como impróprias, pois a exposição pode representar riscos à saúde”, continuou.

Reuniões técnicas
Sobre a investigação do surto, a SES-SP disse ainda que realizou duas reuniões técnicas, “incluindo os secretários municipais de saúde e representantes das vigilâncias epidemiológicas, dos nove municípios da Baixada Santista, para abordar as medidas a serem adotadas nos casos de gastroenterocolite aguda”.

“O grupo técnico da SES reforçou, também, a relevância dos protocolos para a coleta de amostras humanas e de água na análise dos casos. Também enfatizou a importância do fluxo de informações, com orientações claras sobre a necessidade de notificações e medidas preventivas voltadas à população”, continuou.

Os norovírus são o grupo de vírus mais comum entre as causas virais de gastroenterite, infecção no intestino e no estômago, em todas as faixas etárias. Segundo informações do Hospital Israelita Albert Einstein, os principais sintomas que eles provocam são diarreia intensa, vômito e algumas vezes febre alta.

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