Vítima de estupro foi obrigada a ouvir coração de feto em hospital

Mulher afirma que teve o aborto negado em três hospitais da capital paulista

Da Redação

O Hospital Tide Setubal foi o terceiro que ela buscou antes de deixar o estado para fazer o aborto
O Hospital Tide Setubal foi o terceiro que ela buscou antes de deixar o estado para fazer o aborto – 

Uma mulher vítima de estupro foi obrigada a ouvir o coração do feto ao tentar fazer o aborto em um hospital de São Paulo. Ao Globonews, ela contou que o caso aconteceu no Hospital Municipal Tide Setubal, em São Miguel Paulista.

“Como o atendimento estava agendado, achei que eu ia chegar e iam estar me esperando. O atendimento foi péssimo, tive que falar perto de pessoas e o pior de tudo foi precisar ouvir o coração do feto. Eu pedi para ele [profissional de saúde] parar e tirar, levantei e saí da sala”, afirmou a mulher.

De acordo com a vítima, durante o atendimento, a equipe da unidade ainda teria tentado convencê-la a não realizar o aborto.

“Me falaram para tentar segurar o neném até nove meses, que eles me dariam laqueadura, que iam cuidar de mim e me buscar para fazer a cirurgia e tudo mais. Eu fui embora para casa acabada, não sei nem explicar. Eu já estava pensando como fazer em casa sozinha porque eu não tinha condições”, contou.

Atualmente, o aborto é permitido em três situações no Brasil: se o feto for anencéfalo, se a gravidez impuser risco de vida para a mãe ou se a gravidez for fruto de estupro – que é o caso de Maria Clara. Porém, um projeto de lei está em tramitação na Câmara para equiparar o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio simples, colocando em risco o direito das mulheres.

Apesar disso, a mulher afirma que teve o aborto negado em três hospitais da capital paulista e só conseguiu realizar o procedimento em outro estado, após receber a ajuda da Defensoria Pública de São Paulo.

O Hospital Tide Setubal foi o terceiro que ela buscou antes de deixar o estado para fazer o aborto. Antes disso, ela tinha procurado ajuda no Hospital da Mulher, que pertence ao governo estadual, e no Hospital Municipal Campo Limpo.

As unidades se negaram a fazer o procedimento alegando que a gestação estava avançada. A vítima do estupro só descobriu a gestação na 24ª semana.

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