Voto de deputado de Pernambuco decide pela abertura do impeachment de Dilma Rousseff

O parlamentar foi responsável pelo voto número 342, número suficiente pela abertura do impedimento da petista no Senado

Por: Tércio Amaral

Deputados fizeram comemoração no plenário após a sessão
O voto do deputado federal de Pernambuco Bruno Araújo (PSDB) foi decisivo pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional neste domingo (17). O parlamentar foi responsável pelo voto número 342, o suficiente pela abertura do impedimento da petista. O tucano foi saudado pelos parlamentares e estava visivelmente emocionando com a votação.“Sr. presidente, quanta honra o destino me reservou de puder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Senhoras e senhoras, Pernambuco não faltou ao Brasil. Carrego comigo nossa história de luta pela democracia”, disse Bruno em plenário.

A maioria da bancada do estado votou a favor da abertura do impedimento. Foram 18 votos a favor, uma abstenção e seis votos contra. Uma das surpresas da noite foi o deputado federal Sebastião Oliveira (PR). A princípio, o parlamentar fez mistério sobre seu posicionamento, depois lançou uma nota à dizendo que votaria contra, mas no plenário se absteve. Sebastião pediu exoneração da Secretaria dos Transportes para participar da votação.

Deputado pernambucano Bruno Araújo já foi líder da oposição e ficou conhecido por bater panelas no Congresso

A bancada do PSB do governador Paulo Câmara fechou em favor do impeachment. Todos os parlamentares socialistas de Pernambuco optaram em votar pela abertura do impedimento. Alguns deles, inclusive, fizeram menção na hora do voto ao ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto de 2014, em plena campanha presidencial.

O deputado Danilo Cabral definiu o momento como “necessário” e citou Eduardo Campos. “Em nome de Pernambuco, o estado que tem a marca das lutas libertárias, eu quero prestar homenagem ao grande pernambucano que deu a vida por um Brasil. Em nome de Eduardo Campos, que foi nosso governador. Em nome de um país mais equilibrado, em nome daquilo que ele nos pediu, coragem para mudar o Brasil: sim”. Danilo também pediu exoneração da Secretaria de Planejamento para participar da votação.
O deputado Eduardo da Fonte (PP), conhecido pela aproximação com o ex-presidente Lula, avaliou até os minutos finais a sua posição. O parlamentar votou sim, mas teve um requerimento indeferido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Eduardo da Fonte pediu para que seu filho, que estava no plenário durante a votação, divulgasse seu voto no microfone, mas teve o desejo contrariado.Alguns deputados, inclusive, aproveitaram o momento para lembrar das eleições municipais. O deputado Anderson Ferreira (PR) votou a favor do impeachment e lembrou da cidade de Jaboatão dos Guararapes, onde é pré-candidato.“Nada justifica um voto que faça o Brasil sofrer. Hoje nessa casa somos chamados a fazer parte dessa história. Hoje eu lembrei fortemente o meu pai. Por Jaboatão dos Guararapes, por Pernambuco, pela minha esposa e pelos meus filhos, eu digo sim ao impeachment”, discursou.

Contra e com o discurso emotivo

Mesmo em minoria, os seis deputados de Pernambuco que votaram contra a abertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) fizeram discursos bastantes emotivos no plenário da Câmara. Alvo dos colegas que votaram a favor do impeachment, que pediram ao pernambucano para “não chorar”, o deputado Silvio Costa (PTdoB) chegou a afirmar que o Legislativo estava “torturando” a presidente do país.

“Hoje, pela segunda vez, uma parcela da elite brasileira está torturando a presidente Dilma. Hoje é um dia que não deveria existir. Hoje é um dia onde no futuro a história vai contar que a alegria é triste. E o não é a palavra mais bonita da língua portuguesa. É não”, disse Silvio.

Já o deputado Ricardo Teobaldo (PHS) disse que seria confortável “votar sim” no plenário, até porque seu voto não seria decisivo e poderia agradar parte da opinião pública insatisfeita com a gestão petista. Marinaldo votou não. A deputada federal e presidente nacional do PcdoB, Luciana Santos, votou contra a abertura do impeachment e fez menção à música “Madeira do Rosarinho”. “Tem uma música de Pernambuco que diz que a injustiça dói. Tem um réu comandando o golpe a presidente Dilma”.

Confira o placar do impeachment em Pernambuco:

A favor
Jarbas Vasconcelos (PMDB)
Mendonça Filho (DEM)
Pastor Eurico (PHS)
Danilo Cabral (PSB)
Anderson Ferreira (PR)
Bruno Araújo (PSDB)
André de Paula (PSD)
Tadeu Alencar (PSB)
Fernando Filho (PSB)
Kaio Maniçoba (PMDB)
Augusto Coutinho (Solidariedade)
Jorge Côrte Real (PTB)
Marinaldo Rosendo (PSB)
Betinho Gomes (PSDB)
Gonzaga Patriota (PSB)
Daniel Coelho (PSDB)
João Fernando Coutinho (PSB)
Eduardo da Fonte (PP)

Abstenção
Sebastião Oliveira (PR)

Contra
Luciana Santos (PcdoB)
Wolney Queiroz (PDT)
Zeca Cavalcanti (PTB)
Adalberto Cavalcanti (PTB)
Silvio Costa (PTdoB)
Ricardo Teobaldo (PTN)

Fonte: Diário de Pernambuco

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