Os três adversários de Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição, que participaram na manhã desta terça-feira (18) do debate da Rádio Liberdade, de Caruaru, usaram o tempo para tentar desconstruir os discursos do governador.
Armando Monteiro Neto (PTB), Dani Portela (PSOL) e Maurício Rands (Pros) rebateram os argumentos da crise econômica e da má relação com o governo Michel Temer (MDB), a que o socialista tem atribuído a responsabilidade por não ter cumprido promessas da campanha de 2014. Além disso, criticaram a gestão em áreas como a segurança.
Com 33% das intenções de voto, Paulo Câmara lidera a pesquisa realizada pelo Ibope, em parceria com o Jornal do Commercio e a TV Globo, divulgada nessa segunda-feira (17). Armando Monteiro está em segundo, com 25%. Rands tem 2% e Dani Portela 1%.
“É preciso deixar de terceirizar a culpa”, afirmou Maurício Rands.
O ex-deputado federal criticou Paulo Câmara por acusar Temer de perseguição e ter se aliado ao PT de Dilma Rousseff, o que considera um oportunismo pelo apoio do ex-presidente Lula.
“O governo Temer foi muito ruim e o governo Dilma também foi muito ruim”, avaliou Rands. “Eu vejo vocês enganando a população. A tragédia nacional que prejudicou o Brasil e seu governo começou no governo Dilma”.
Rands ainda afirmou: “para pegar carona na popularidade de Lula, você foi leniente e passou a mão na origem do problema, que é o governo Dilma, a quem vocês criticavam como a besta fera e de repente silenciam e parece que a tragédia começou no governo Temer”.
Dani Portela rebateu o discurso de Paulo Câmara sobre a educação. Com base no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o socialista anuncia que Pernambuco tem a melhor educação pública do País.
“A gente não pode falar em melhor educação do Brasil tendo 80 mil jovens fora da escola”, afirmou a candidata do PSOL.
Ela ainda lembrou o impeachment de Dilma Rousseff. “Esse golpe tem padrinhos aqui em Pernambuco: o PSB de Paulo, Jarbas (Vasconcelos, do MDB, candidato a senador na chapa do socialista), Bruno Araújo, Mendonça (Filho, os dois últimos postulantes ao Senado no grupo de Armando Monteiro)”, afirmou.
Armando também lembrou o afastamento da petista, para desconstruir a fala de Paulo Câmara. “Temer lhe tratou muito bem no primeiro ano, e é justo porque você ajudou a colocar ele lá”, disse ao socialista.
Paulo reforçou no debate o discurso de que a gestão pernambucana sofre perseguição do governo Temer, atribuindo ao emedebista a ausência de liberação de operações de crédito. “Diferente desse atual presidente, que o grande trabalho que ele fez foi discriminar Pernambuco”, afirmou, comparando Temer a Lula. “E o conjunto de ministros pernambucanos que está no palanque oposto ao nosso”.
Em relação à segurança, Rands ainda afirmou: “esse governo vive numa situação escapista, coloca a culpa na crise, terceiriza responsabilidade”.