Após acusação do Sinpol sobre morte de Morato, SDS não se pronuncia

Advogado do motel afirma que não sabe por quanto tempo o quarto ficará fechado

“Houve cerceamento sim”, diz nota do Sinpol

A Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou neste domingo (26) que não vai se pronunciar sobre a morte de Paulo Cesar de Barros Morato, alvo da operação Turbulência da Polícia Federal, em um motel de Olinda. Na noite de sábado (25), o Sindicato dos Policias Civis (Sinpol) usou as redes sociais para denunciar irregularidades na investigações do crime.

O Sinpol afirma que vai pedir, na segunda-feira (27), ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que entre no caso. E aponta ainda que houve obstrução dos trabalhos periciais na cena do crime. Conforme a entidade, os agentes teriam sido impedidos de dar continuidade às análises e, ainda, induzidos a se retirar do local por orientação da Secretaria de Defesa Social (SDS).

Segundo Marinsalta (à esquerda), motel não vai se pronunciar


O órgão gestor, no entanto, rebate as acusações e alega tratar-se de um equívoco. De acordo com a gestora da Polícia Científica de Pernambuco, Sandra Santos, não haveria necessidade de uma segunda perícia. O entendimento é de que as coletas e a identificação necessárias já haviam sido realizadas. A versão é rechaçada categoricamente pela liderança da categoria.

“Houve um cerceamento sim. Os companheiros foram ao local para trabalhos de papiloscopia, algo que ainda não havia sido feito. Tratava-se da coleta de impressões digitais, que poderiam identificar se houve outras pessoas na cena do crime. Alguém parecia ter o interesse em barrar que isso acontecesse”, acusou o presidente da entidade, Áureo Cisneiros, sugerindo a falta de isenção e independência na apuração.

Procurada pela Folha, a assessoria de comunicação da SDS informou que, até então, não estava autorizada a se manifestar sobre o assunto.

O advogado do motel Tititi, Higínio Marinsalta, disse à Folha neste domingo que não há garantias sobre quanto tempo o quarto onde houve o crime permanecerá isolado. E disse que a empresa não vai se pronunciar sobre o assunto.

O episódio, alvo da polêmica, ocorreu na última quinta-feira (23), no Motel Tititi, em Olinda. Foragido da Operação Turbulência, Morato era suspeito de ser o “testa de ferro” de uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro para financiar as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014. (FolhaPE)

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