Ela foi confundida como empregada de ex-namorado

“Eu entendo. É tanto tempo sem representatividade que as pessoas começam a ficar desacreditadas que podem estar em posições diferentes”, diz Érika Januza, sobre ter sofrido preconceito de um negro Foto: Bárbara Lopes

O preconceito é uma sombra que ronda a vida de Érika Januza. No rol das discriminações sofridas pela atriz, ela lembra que já foi confudida com a empregada da casa de um ex-namorado.

— Eu toquei a campainha e estava esperando abrirem a porta para mim, quando chegou o jornaleiro e disse: ‘Já que você está aí, entrega para o seu patrão’. Olhei para ele e disse: ‘Não é meu patrão, é meu namorado, mas pode deixar que eu entrego’. E isso não tem muito tempo — conta a intérprete de Raquel, de “O outro lado do paraíso”.

Nesse episódio, uma coisa a chamou atenção: o jornaleiro era negro.

— Para ver como o preconceito, muitas vezes, está no próprio negro. E, olha, eu entendo. É tanto tempo sem representatividade, tanto tempo vendo as mesmas coisas que as pessoas começam a ficar desacreditadas que podem ser diferentes, estar em posições diferentes. E, na boa, quem nunca ouviu coisas de preconceito do próprio negro? Confesso que não consigo ter essa paz de espírito e deixar pra lá. Fico bem nervosa. Ao mesmo tempo, acho que a gente vem tomando mais consciência das coisas — acredita a atriz.

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