Fake das antigas

 

Notícias falsas sempre existiram tanto no Brasil como no resto do mundo

Muito se tem discutido hoje no Brasil sobre o que a imprensa e o Judiciário deveriam fazer para combater as “fake news” (notícias falsas) que deverão surgir aos montes nessas eleições, invadindo as redes sociais com suposto potencial para influenciar o resultado do pleito. Respeita-se a boa intenção dessas instituições, ressalvado o fato de que “fake news” sempre existiram e vão continuar existindo aqui e no resto do mundo. Exemplos?  Na campanha de 1982 para o governo de Pernambuco, marqueteiros do então candidato do MDB, Marcos Freire, mandaram imprimir com antecedência cartazes de rua estampando a legenda “Marcos venceu o debate”. Haveria no dia seguinte um debate na TV entre Freire e o então candidato do PSD (hoje DEM), Roberto Magalhães.

E minutos após sua realização a “vitória” do emedebista já havia sido decretada por seus marqueteiros. Em 1985, dias antes de ser empossado na Presidência da República, Tancredo Neves foi diagnosticado com um tumor no intestino, que o levaria à morte. Mas os médicos que o acompanhavam deixaram-se fotografar ao lado dele para dar a falsa impressão aos brasileiros que o presidente estava bem. “Fake news” legítima. Por último, na campanha presidencial de 2006, petistas carimbaram o então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, como favorável à privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O tucano passou a campanha na defensiva, negando o carimbo de “privatista”, mas não adiantou. Foi ao segundo turno com Lula e teve menos votos do que no primeiro.

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