Mendonça Filho e Fernando Coelho evitam falar sobre denúncia contra Temer

Fotos: Agência Câmara
Fotos: Agência Câmara

Procurados pela reportagem, os ministros pernambucanos Mendonça Filho (Educação) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) decidiram não se pronunciar sobre as denúncias envolvendo o presidente da República, Michel Temer (PMDB), que segundo delação premiada de Joesley Batista, dono do grupo JBS, teria dado aval para a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), que está preso.

Até o momento, os quatro ministros pernambucanos do governo Temer continuam em seus cargos. Diferente de Mendonça e Fernando, os outros dois Bruno Araújo (Cidades) e Raul Jungmann (Defesa) divulgaram nota à imprensa afirmando que iriam permanecer nas pastas.

O único ministro que desembarcou oficialmente do Governo Temer, até agora, foi Roberto Freire que ocupava a pasta da Cultura.

DENÚNCIA CONTRA TEMER

De acordo com informações divulgadas pelo jornal “O Globo” nesta quarta-feira (17), Joesley Batista, um dos donos da JBS, encontrou Temer no dia 7 de março no Palácio do Planalto. O empresário teria registrado a conversa com um gravador escondido. Batista disse ter contado a Temer que estava pagando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao lobista Lúcio Funaro para ficarem calados. O presidente, segundo o empresário, responde: “Tem que manter isso, viu?”.

Em nota publicada ontem, Temer confirmou o encontro, mas disse que “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha” e negou ter participado ou autorizado “qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.

Hoje, Temer afirmou que não irá renunciar ao cargo e exigiu uma investigação rápida na denúncia em que é citado, para que seja esclarecida. “Não renunciarei. Repito não renunciarei”, afirmou em pronunciamento, no Palácio do Planalto.

“Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos, e exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, disse Temer, em pronunciamento.

No caso do Aécio, ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Batista. O empresário entregou um áudio à Procuradoria-Geral da República em que o tucano pede a quantia, sob o pretexto de pagar as despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.

Hoje, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin proibiu Aécio de exercer as funções de senador. A Procuradoria-Geral da República também pediu a prisão do tucano, mas Fachin, responsável pela Lava Jato na Corte, negou o pedido. A irmã de Aécio, Andrea Neves, foi presa.

O mineiro deixou a presidência do PSDB nesta tarde alegando que vai se dedicar a provar sua inocência, após ser citado e gravado pelo empresário Joesley Batista em delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República e homologada nesta quinta pelo STF.

“Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas”, diz Aécio em nota oficial. (JC)

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