Militares apoiaram e articularam nota golpista de general Heleno contra STF

Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, com Jair Bolsonaro
Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, com Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse à CNN que as Forças Armadas concordaram com a nota golpista enviada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno.

Em comunicado, o general classificou como “inconcebível e, até certo ponto, inacreditável” o pedido do decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, de apreender os celulares de Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro. A nota do ministro Heleno ainda enviou um “alerta” de que a apreensão dos celulares “poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, em uma clara ameaça à democracia e às instituições.

“O MD [Ministério da Defesa] teve conhecimento que o Gen. Heleno iria soltar a nota e concordou com a emissão, tendo em vista que o celular do PR [presidente da República] é um assunto de segurança institucional”, disse Azevedo e Silva em mensagem à coluna de Caio Junqueira na CNN.

“A simples ilação da apreensão do celular do Presidente da República, na visão dele, é absurda. Afronta a segurança institucional. MD está extremamente preocupado com a tensão entre os poderes”, acrescentou o ministro.

Grupo Agir

Além disso, segundo a Época, o golpismo do general “corresponde ao tom esperado por uma ala de militares da reserva, conhecidos como grupo ‘Agir’”. A Época ainda acrescenta que: “duas semanas atrás, três representantes desse núcleo – liderados pelo coronel Aristomendes Rosa Barroso Magno – encontraram o próprio Bolsonaro, pouco antes de seu pronunciamento em rede nacional naquela mesma noite”.

A matéria dá conta que na reunião os militares disseram a Bolsonaro que estavam decepcionados com setores militares que têm agido de forma “moderada” diante da escalada da crise. O grupo Agir é composto por 100 generais e coronéis da mesma turma do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

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