Que Bolsonaro sempre defendeu a ditadura, não é novidade mas, enquanto a Secretaria de Comunicação afirma não saber quem divulgou o vídeo institucional pró-ditadura, ninguém mais que o próprio vice-presidente, General Mourão, disse ao jornal O Globo que foi o próprio presidente Jair Bolsonaro quem mandou fazer e divulgar.
“Decisão do presidente. Foi divulgado pelo Planalto, é decisão do presidente”, disse general, segundo relato do jornal O Globo.
No vídeo, o interlocutor afirma: “se você tem a mesma idade que eu, um pouco mais, um pouco menos, sabe que houve um tempo em que nosso céu de repente não tinha mais estrelas que outros. Era assim, um tempo de medo e ameaças. Ameaças daquilo que os comunistas faziam onde era imposto, sem exceção. Prendiam e matavam seus compatriotas”.
“O Exército nos salvou. O Exército nos salvou. Não há como negar. E tudo isso aconteceu num dia comum de hoje, um 31 de março. Não dá para mudar a história”, diz o senhor no vídeo. Com quase dois minutos, o material não tem um selo indicando sua origem e termina com a mensagem de que os militares não querem “palmas nem homenagens”. “O Exército apenas cumpriu o seu papel”, diz.
A divulgação do vídeo deveria ser encarado como apologia à ditadura e ação contra a democracia, o que é crime, no Brasil. Com o próprio vice-presidente, General Mourão, apontando o dedo para Bolsonaro, ficaria fácil denunciá-lo e processá-lo.
Em qualquer país com um mínimo apreço pela democracia, Bolsonaro sofreria um processo de impeachment.