O site The Intercept Brasil, cofundado pelo jornalista Glenn Greenwald, revelou nesta quarta-feira (11) novos crimes de procuradores da força-tarefa Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro.
De acordo com a #VazaJato, autorizou a devassa de uma filha de um investigado da operação. O alvo não tinha nada a ver com os supostos ilícitos do pai, mas, mesmo assim, em conluio, eles grampearam celulares e aplicativo de WhatsApp, boquearam contas bancárias, enfim, apreender o passaporte, fizeram o diabo com a moça para pressionar o empresário luso-brasileiro Raul Schmidt a se entregar.
Em um primeiro momento, o então juiz Moro negou a injustificável devassa: “Apesar dos argumentos do MPF, não há provas muito claras de que Nathalie Angerami Priante Schmidt Felippe tinha ciência de que os valores tinham origem ilícita e/ou eram fruto de atos de corrupção.”
O lampejo de “garantista” do ex-juiz e atual ministro Justiça se deveu ao fato de um mandado de prisão de Raul Schmidt, em Portugal, porém o empresário não foi encontrado pelas autoridades portuguesas naquela época.
O Intercept conta que por conta desta frustrada tentativa de captura de Schmidt, os procuradores da força-tarefa então reapresentaram o mesmo pedido a Moro de medidas contra a filha do acusado com o claro fim de pressionar o pai a se entregar, como demonstram as mensagens do Telegram.
“Não queria apenas a apreensão do passaporte, mas também outras medidas: busca e apreensão na casa de Nathalie, bloqueios em contas bancárias dela e da empresa dela, quebras de sigilo fiscal e do sigilo das mensagens de um número dela no WhatsApp”, anota a #VazaJato.
No mesmo dia em que a Polícia Federal fazia a devassa contra Nathalie, no Rio de Janeiro, autorizada por Moro, Raul Schmidt conseguiu extinguir seu processo de extradição em Portugal. A Lava Jato tenta até hoje trazê-lo ao Brasil.
Na prática, Moro e procuradores diziam uma coisa nos autos, mas, pelo Telegram, cometiam todas as ilegalidades possíveis e impossíveis.
Confira os diálogos proibidos na Lava Jato: