Qual será agora o templo da vez?

Coluna Fogo Cruzado – 15 de outubro de 2019
 

Desde que foi empossado na Presidência da República, Jair Bolsonaro já teve oportunidade de participar de pelo menos uma dezena de cultos religiosos, uns a convite de pastores sérios, comprometidos com o credo em que acreditam, e outros a convite de pastores picaretas.

O presidente deseja estar no jogo, não importa quem seja o narrador do culto. Define-se como “cristão e judaico”, apesar do muito que afirmou em sua campanha eleitoral não ter nada a ver com o cristianismo nem com o judaísmo. Bolsonaro já prestigiou os templos de Edir Macedo, Silas Malafaia e Valdemiro Santiago e outros tantos prestigiará, desde que seja convidado.

No entanto, sem perder também de vista que a maioria dos brasileiros é formada por católicos, esteve anteontem no Santuário de Aparecida, Padroeira do Brasil, a convite da cúpula da Igreja Católica, para assistir a uma missa e depois comungar. A recepção não poderia ser outra, ou seja, aplausos e vaias. Pois o presidente nunca se declarou católico, apostólico e romano. É assim, aliás, que está concluindo o primeiro ano do seu mandato: tentando manter-se próximo da “direita orgânica”, dos conservadores, dos evangélicos e dos militares, algo que lhe garantirá, no mínimo, a passagem para o segundo turno em 2022. Próximo ano, quem sabe, irá também ao santuário do Padre Cícero Romão Batista, em Juazeiro (CE), e à Festa do Círio de Nazaré, em Belém, do Pará. (Inaldo Sampaio)

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