Aos 100 dias, Bolsonaro tem a pior avaliação de um presidente eleito, escreveu hoje na capa o diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, apoiador do golpe de 64.
Trata-se de uma pesquisa do instituto que pertence ao jornal, o Datafolha, o que em si só poderia despertar a ira dos minions.
Não faz sentido o jornal, que tem sua linha editorial, ser também proprietário da empresa que formula e tabula resultados de pesquisas que o diário publica com destaque!
Mas, os eleitores de Bolsonaro não são assim tão sofisticados.
Cinco mil deles que estão dentre os mais ativos nas redes sociais são comprovadamente robôs, e eles preferem dizer que a Folha é comunista, desinformados do fato de que: a empresa da família Frias emprestou um jornal para a ditadura militar “simular tiroteios” para encobrir mortes sob tortura de presos políticos e demitiu uma repórter, Rose Nogueira, grávida e sabidamente presa, por abandono de emprego.
Segundo a pesquisa, Dilma e Lula tinham respectivamente 47% e 43% de ótimo/bom depois de três meses de governo — Bolsonaro está com 32%.
Lula fez menos do que o entrevistado esperava para 45% dos que responderam, Dilma 39% — ambos aqui considerando o primeiro mandato — e Bolsonaro 61%.
Uma enormidade: 61%!
Além disso, 50% consideram que Bolsonaro trabalha pouco.
O presidente da República, no entanto, implicou com outro dado da pesquisa: 85% dos entrevistados consideram Dilma Rousseff muito inteligente, 69% disseram o mesmo sobre Lula e apenas 58% sobre Bolsonaro.
Talvez Bolsonaro tenha se apegado ao dado menos ruim para ele na pesquisa, como forma de tirar o foco do principal. Ou não entendeu o gráfico, outra possibilidade.
O fato é que, no popular, 39% dos entrevistados pelo Datafolha, que trabalhou com uma amostra estatisticamente significativa da população brasileira, acham Bolsonaro, no coloquial, burro.
Burro!
O presidente da República, no twitter, primeiro reproduziu este item específico da pesquisa, sobre a inteligência, com uma risada: kkkkk.
Depois, na mesma rede social, publicou um vídeo com um grupo de apoiadores, sugerindo que as imagens poderiam demonstrar que Dilma e Lula não são ou não merecem ser considerados mais inteligentes do que ele.
Ou seja, Bolsonaro, com as duas postagens, apenas confirmou o que, depois de três meses de governo, já constataram 39% dos brasileiros: incapacidade intelectual para contestar informações adversas e falta de raciocínio lógico, ao responder a um dado estatístico com um vídeo em que nem ao menos os manifestantes gritam que o presidente é “Einstein!”
*Com informações do Viomundo