Museu histórico é saqueado e destruído no Egito

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Além das centenas de mortos em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança, a escalada de violência no Egito faz outra vítima: seu rico acervo arqueológico. Saqueadores levaram uma estátua de calcário de 3.500 anos, joias antigas e mais de mil artefatos de inestimável valor histórico no maior roubo a um museu egípcio de que se tem conhecimento. Segundo o Egito Heritage Task Force, grupo de arqueólogos egípcios que usam as redes sociais para tentar conscientizar sobre saques e escavação ilegal, 1.050 peças foram roubadas no total.

Entre os objetos roubados estão moedas de bronze e ouro, cerâmicas, esculturas e uma estátua da filha do faraó Akhenaton, que governou durante a 18ª dinastia, descrita pela arqueóloga Monica Hanna como uma obra-prima. Sob a ameaça de franco-atiradores, ela e um oficial de segurança conseguiram, no sábado, salvar cinco antigos sarcófagos egípcios, duas múmias e dezenas de outros itens deixados para trás pelos ladrões – e que os arqueólogos levarão anos para colocar juntos de novo.A pilhagem do Museu Malawi, na cidade de Minya, no sul do rio Nilo, expõe a falta de segurança que tomou conta das cidades afastadas do Cairo, onde a política praticamente desapareceu das ruas. Vândalos queimaram múmias e quebraram estátuas de calcário que não podiam carregar. Quando isso aconteceu, na última quarta-feira, não havia policiais nem soldados à vista. O responsável pela bilheteria foi morto durante o assalto.

O responsável por museus no Ministério de Antiguidades, Ahmed Sharaf, disse que duas estátuas foram devolvidas nesta segunda-feira. E reconheceu que a polícia tem sido incapaz de garantir a segurança do museu. Ele acusa simpatizantes do presidente Mursi e da Irmandade Muçulmana de liderar o saque e outros ataques. Roubos similares não foram raros durante a revolta de 18 dias no início de 2011, contra Hosni Mubarak. Na ocasião, mais de 50 itens foram roubados do Museu do Cairo. (O Globo)

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