Aécio Neves começa por Salvador a campanha no Nordeste à presidência
Especulado desde 2010 como possível candidato à Presidência da República pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG) vai começar o peregrinação pelas grandes cidades nordestinas nesta sexta (20) com uma passagem rápida por Salvador. Eleito presidente nacional do partido – uma estratégia para minar as chances de um embate desfavorável contra outro tucano, José Serra –, Aécio tenta brigar por espaço em áreas onde o PT, principal adversário a ser batido, possui ascendência mais forte, além de costurar uma aproximação com Eduardo Campos, numa espécie de acordo de não agressão na campanha de 2014 entre PSDB e PSB.
Apesar da informação circular há algum tempo, a confirmação da vinda de Aécio para a Bahia foi feita em definitivo nessa segunda-feira (16/9) pelo deputado federal e líder da oposição na Câmara Federal, Antonio Imbassahy. O parlamentar, no entanto, classifica a visita do correligionário à capital baiana como uma preparação para o encontro regional do partido, que acontece em Maceió (AL), no dia seguinte. “Ele vai fazer em Maceió no sábado, mas antes virá a Salvador na sexta-feira. É mais uma coisa preparatória para Maceió”, avaliou Imbassahy em entrevista à rádio Tudo FM. Ele, todavia, destaca a importância da Bahia no cenário político nacional e antecipa a programação do dirigente nacional. “A programação dele é fazer uma visita ao prefeito da capital, ACM Neto, vai fazer uma coletiva, depois vai fazer uma reunião pontual e reservada com lideranças empresariais e políticas, mas uma coisa que não diminua a reunião de Maceió”, ressalta o deputado federal, considerado um dos principais articuladores de Aécio no Nordeste.
“O presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, vai fazer quatro reuniões de dimensão regional, vai iniciar pela região Nordeste, em seguida vai para a região Sul, vai fazer o Norte e o Centro-Oeste. Ele vai apresentar algumas ideias e algumas propostas iniciais sobre programas de trabalho, o que é que está se pensando dentro do PSDB, mas nada ainda que consagre candidaturas à presidência da República”, minimiza Imbassahy. Nas entrelinhas, o parlamentar baiano deixa escapar que o objetivo é aproximar Aécio do eleitorado. “O que a gente quer nessa fase é o fortalecimento do partido, dar uma dimensão mais forte para que o partido se apresente no ano que vem, no ano das eleições, com a nitidez de oposição e com programas que possam efetivamente fazer a confiança da população brasileira”, pondera.
Aliança com Educardo Campos
De um encontro em Recife (PE) há cerca de duas semanas até então, nenhum tucano havia falado tão claramente na aproximação entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), como o deputado federal Antonio Imbassahy.
Ontem, durante entrevista, o parlamentar sugeriu que ambos são “líderes jovens da política brasileira” e que compõem o campo da oposição ao governo federal, de Dilma Rousseff (PT).
A relação é tão estreita, de acordo com Imbassahy, que uma aliança no segundo turno não está descartada.
“No campo das oposições, nós estamos pensando na organização de palanques estaduais, em alguns estados com possibilidade de aliança entre o PSDB e o PSB e quem sabe até num segundo turno, que poderá acontecer, a gente possa estar nessa mesma unidade”, apontou o líder da oposição na Câmara Federal.
Para Imbassahy, ao despontar como um candidato de oposição, Eduardo Campos apresenta os sinais para “a convergência e a identidade” com Aécio Neves.
“Os dois (Aécio e Eduardo) estão definindo que estão no campo das oposições, contra o PT, naturalmente, na medida em que o Eduardo se manifesta com críticas agudas ao governo da presidente Dilma Rousseff e o Aécio Neves também não é diferente, isso cria uma convergência entre os dois”, pontua o deputado federal, Antonio Imbassahy. (Fernando Duarte/Tribuna)