Pediatra alerta para sintomas de bronquiolite em crianças. Confira recomendações

Infecção do trato respiratório, bronquiolite pode ser confundida nos primeiros dias com um resfriado (Foto ilustrativa: Pixabay)
Infecção do trato respiratório, bronquiolite pode ser confundida nos primeiros dias com um resfriado (Foto ilustrativa: Pixabay)

Nesta segunda-feira (20) é decretado oficialmente o fim do verão, a estação mais quente do ano. Com a mudança do clima, as temperaturas tendem a oscilar e crianças menores podem sofrer as consequências. Segundo a pediatra Rafaella Calmon, os pais devem ficar atentos aos sintomas da bronquiolite, doença que eleva expressivamente o número de internações nesta época do ano.

Segundo a especialista, a doença ocorre muito no primeiro ano de vida do bebê e os sintomas podem ser confundidos com os de um simples resfriado. “Bronquiolite é uma infecção do trato respiratório ocasionada por vírus, principalmente o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas sabe-se hoje que mais de 10 tipos de vírus podem causar esse quadro”, explica. A pediatra elaborou uma lista para esclarecer as principais dúvidas dos papais quando o assunto é bronquiolite. Confira:

1. Meu filho pode ter?

A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e todas as crianças serão expostas a estes vírus até o segundo ano de idade. Podendo recorrer durante toda a vida, mas causando sintomas respiratórios mais intensos na primeira exposição. Pacientes com maior risco de desenvolver quadros mais graves: prematuros, portadores de cardiopatia congênita, crianças com doença pulmonar crônica, imunossuprimidos, ou seja, com baixa imunidade como transplantados e em tratamento de câncer, assim como aquelas portadoras de doenças neurológicas. Porém, a maioria das crianças que internam com complicações do quadro são previamente saudáveis. Bebês abaixo de 3 meses de idade, mesmo saudáveis, têm mais risco de internação ou complicações.

2. Quando pode acontecer?

Esses quadros são mais frequentes nas estações mais frias do ano e em regiões mais quentes ocorrem o ano todo de maneira mais regular. No Brasil, os picos de incidência variam de acordo com a região, mas sabe-se que a grande maioria dos casos acontecem entre os meses de abril e julho.

3. Como posso identificar?

Os quadros costumam iniciar como um resfriado comum: coriza, obstrução nasal, seguido de tosse que pode ser seca ou produtiva (tosse “cheia”). Algumas vezes acompanhado de rouquidão leve, falta de apetite, febre, vômitos e diarreia, dependendo do agente causador.

4. Quanto tempo dura?

Costuma durar de 5 a 15 dias de quadro com intensidade variável, sendo que a maioria das crianças não necessitam de internação, mas é a causa de uma demanda intensa nos prontos-socorros e clínicas pediátricas.

5. Quando devo me preocupar?

O quadro costuma piorar entre o terceiro e quinto dia de evolução, tosse mais intensa e até crises de tosse e cansaço. É preciso ficar atento quando: cansaço muito intenso com respiração rápida, barriguinha “afundando” quando respira, a criança fica “molinha” mesmo sem febre e quando parece que a criança está muito pálida ou “roxinha” na boca, face ou pés e mãos.

6. Como trato?

O tratamento deve ser orientado pelo pediatra ou médico da família que atende a criança. Lavagem nasal com soro fisiológico e hidratação com grande oferta de líquidos sempre ajudam e são indicados desde os primeiros sintomas. O tratamento deve ser prescrito com orientação médica. Procure sempre o seu pediatra de confiança para orientações.

7. Existe alguma forma de prevenir?

Sim. Evite lugares cheios e fechados nos períodos de maior incidência. Não deixe pessoas resfriadas ou doentes visitarem o seu bebê, principalmente recém-nascido. Se alguém em casa estiver resfriado, intensificar a lavagem das mãos e estimular o uso de álcool gel. Para as mães que amamentam, caso tenham este quadro, as orientações são as mesmas e devem procurar amamentar usando máscara, mas o principal agente são as mãos, então, cuidado redobrado.

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