Morte de JK em acidente terá nova investigação
O governo de Minas anunciou ontem que vai ajudar a Comissão da Verdade de São Paulo na investigação sobre as causas da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Além de recuperar os documentos da perícia realizada em 1996 no corpo do motorista dele, Geraldo Ribeiro, a Polícia Civil se comprometeu a encaminhar para nova análise o fragmento metálico encontrado crânio dele, que, segundo o laudo oficial, é um pedaço de prego do caixão, mas que pode ser uma bala de uso exclusivo do Exército, segundo Gilberto Natalini, presidente da comissão paulistana. A entidade estuda fazer um pedido judicial para que o corpo de Geraldo seja exumado e seu crânio passe por nova perícia.
Juscelino morreu em acidente automobilístico em 1976, no quilômetro 328 da Rodovia Presidente Dutra, próximo à cidade de Resende, no Rio de Janeiro. Os laudos de uma exumação dos corpos feita em 1996 afirmam ter sido identificado um orifício de cerca de 5 milímetros de diâmetro na cabeça do motorista, fato que levantou suspeitas, o corpo está enterrado no Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte. A versão oficial sustenta que o buraco seria uma decorrência de esfarelamento ósseo.
“O secretário Rômulo Ferraz (de Defesa Social) me disse que o governador Antonio Anastasia (PSDB) deu a ele toda a confiança para que o caso seja investigado. Saí da reunião satisfeito”, afirmou Natalini. Participaram da audiência também o ex-secretário particular de JK, Serafim Jardim, e o advogado Paulo Castelo Branco, que articularam a exumação dos corpos há 17 anos e suspeitam da versão descrita nos laudos.
Suspeitas Depoimentos e exames de raio X da cabeça de Geraldo Ribeiro embasam a nova empreitada da entidade paulistana para desvendar a suspeita de que o ex-presidente foi vítima de um atentado. O laudo oficial de 1996 atesta que JK morreu em decorrência do acidente. O Chevrolet Opala dirigido por Geraldo Ribeiro, motorista do ex-presidente por muito tempo, se envolveu em um acidente com uma carreta carregada de gesso e um ônibus de turismo. Um passageiro do ônibus prestou depoimento à Comissão da Verdade de São Paulo.
No ano passado, a Comissão da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) entregou à Comissão Nacional da Verdade um relatório questionando o inquérito de 2.629 páginas que investigou a morte de JK. A opinião da entidade é de que o ex-presidente foi assassinado. (Estado de Minas)