Casos de diabetes aumentam no Brasil, e Rio é a capital com mais diagnósticos
A obesidade, provocada pela má alimentação e o sedentarismo, é a principal responsável pelo aumento dos casos de diabetes no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, em dez anos (2006-2016) o número de casos da doença cresceu 61,8%. O Rio é a capital com maior índice de diagnósticos no país.
— Acredito que aqui exista uma maior atenção de saúde primária e isso facilita o diagnóstico da doença. No entanto, o consumo de comida industrializada e a falta de exercícios propiciam o desenvolvimento da doença — afirma Luiz Augusto Russo, diretor do Centro de Pesquisas CCBR.
A doença é perigosa por não apresentar muitos sintomas. Os sinais mais comuns são sede constante, vontade de urinar frequentemente e feridas que demoram a cicatrizar.
— Poucas vezes o sintoma aparece precocemente. Em geral, a pessoa vai desenvolvendo a doença ao longo de cinco anos, sem ter muitos sinais. E quando descobre , ela tem cerca de mais cinco anos para se tratar antes que as complicações possam aparecer — comenta a endocrinologista Mariana Farage.
O diabetes é caracterizado pela resistência do corpo à insulina ou deficiência em sua produção. A doença normalmente surge em pessoas obesas com mais de 40 anos. Segundo o Ministério da Saúde, o diabetes atinge mais as mulheres e as pessoas com menor escolaridade. Por conta de ter maior prevalência sobre o sexo feminino, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) lançaram a campanha “Mulheres e Diabetes: nosso direito a um futuro saudável”.
— Várias etapas da vida de uma mulher podem ser influenciadas pelo diabetes, como a gestação. Isto causa problemas para mãe e bebê — diz Solange Travassos, da SBEM.
Responsável por cegueiras e amputações
A grande quantidade de glicose circulando pelo sangue pode provocar graves consequências para o corpo. Dentre eles estão problemas no coração, nos rins e cegueira.
— Quando a glicose no sangue está alta por muito tempo pode ocorrer a obstrução dos capilares (pequenos vasos sanguíneos) e depois das artérias, provocando doenças cardíacas, problemas na retina e insuficiência renal. As consequências do diabetes são seríssimas e de alto custo para a saúde pública — alerta Russo.
Além disso, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o risco de um pessoa com a doença sofrer uma amputação é 25 vezes maior do que um indivíduo saudável.
— Quando um diabético não se cuida, ele complica sua situação de saúde. E com isso a família inteira sofre muito. Mas tudo isso pode ser evitado com o controle adequado da doença — afirma Solange.
Como evitar a doença
Alimente-se bem
É importante ter uma dieta rica em fibras, legumes, frutas e verduras, além de evitar a ingestão de carboidratos simples com alto índice glicêmico como pães, doces, chocolates e frituras, por exemplo
Coma devagar
Leve no mínimo 15 minutos para fazer uma refeição, pois em menos tempo do que isso o cérebro não consegue receber a informação de que o corpo está satisfeito. Mastigar também ajuda a aumentar a saciedade
Pratique exercícios
Atividades físicas facilitam o transporte de insulina nas células e com isso ajudam a abaixar o índice glicêmico no sangue
Mantenha um bom peso
O excesso de gordura localizada na área da barriga impede que a insulina se ligue a receptores presentes nas membranas das células, fazendo com que a glicose não entre nelas. Assim, o nível de glicose na corrente sanguínea aumenta. Homens devem ter menos que 90cm de perímetro abdominal, e mulheres, menos que 88cm
Monitore seu índice glicêmico
Uma vez por ano faça o exame de sangue que testa o nível de glicose. Ele é fundamental para diagnosticar o diabetes