Estudantes de medicina da Gama Filho ocupam reitoria contra atraso no pagamento dos professores
Os estudantes de medicina da Universidade Gama Filho (UGF) ocupam, desde o fim da tarde de hoje (15), a reitoria da instituição, no bairro da Piedade, zona norte da capital fluminense. Eles protestam contra o descaso dos gestores que estão sem pagar o salário dos professores.
Em menos de seis meses, os professores entraram em greve duas vezes por falta de pagamento. Na assembleia ocorrida hoje, a Associação dos Docentes da Gama Filho decidiu não parar mais uma vez as atividades para não atrapalhar o semestre dos alunos que estão em fase de provas e sem as notas lançadas não poderão fazer a rematrícula para o outro semestre.
A ocupação da reitoria tem o apoio Associação de Pais e Alunos e dos técnicos administrativos da universidade, que também estão com os salários atrasados. De acordo com o secretário-geral do Centro Acadêmico de Medicina Albert Sabin, Rafael Collado, os alunos exigem a intervenção do Ministério da Educação (MEC) para que o problema da universidade seja solucionado.
“Também exigimos a consolidação de um compromisso oficial com os docentes e funcionários administrativos, a confirmação da manutenção dos convênios para cenários práticos, a garantia do aumento da segurança no campus e arredores e relatórios financeiros, planilhas de fluxo de caixa e de orçamento dos últimos anos”, disse Collado.
Ele informou ainda que os estudantes vão continuar acampados na reitoria até que haja um acordo com o MEC e com a Galileo Educacional, mantenedora da universidade, para que eles possam terminar o ano letivo e que os salários dos professores sejam pagos em dia, porque devido as duas greves dos professores “o ano letivo começou com atraso e há risco disso ocorrer novamente, prejudicando todos os estudantes”.
O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) confirmou que estará na universidade amanhã (16), às 9h30, para apoiar e acompanhar a manifestação dos estudantes do curso de medicina. A presidenta da Cremerj, Márcia Rosa de Araujo, disse que o governo está lançando programas e medidas absurdas para importar médicos estrangeiros e deixando de lado a formação do médico brasileiro.
“A Gama Filho é uma faculdade de tradição no estado e está largada, com os alunos abandonados. Em vez de as autoridades exigirem que os alunos trabalhem no SUS [Sistema Único de Saúde], por dois anos, deveriam solucionar os problemas do setor no Rio e dar mais assistência e estímulo aos médicos do país”, declarou.