Desemprego crescerá em 2014, prevê a FGV
O desemprego em 2014 deve superar a taxa de 2013, mas ainda não deve refletir um desaquecimento no mercado de trabalho, prevê o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Segundo ele, uma elevação suave na desocupação pode fazer com que a média deste ano se aproxime de 6%, contra os 5,5% esperados para o ano passado.
“O ciclo eleitoral deve ser mais suave, talvez o governo não possa fazer aquele impulso fiscal que se fez em 2010. As condições não são tão propícias para isso. Mas a Copa do Mundo deve gerar empregos temporários. Não espero nenhuma elevação absurda do desemprego”, disse.
“O desemprego não deve ser problema para a eleição, embora a renda esteja crescendo menos”, acrescentou. Apesar disso, Barbosa Filho afirma que a dinâmica não é tão forte quanto antes. “O quão apertado está o mercado de trabalho, já que a dinâmica é dada por pessoas que não estão nele? Mercado de trabalho aquecido é com muita gente e muita geração de vagas”, disse. Para ele, um ritmo de crescimento do pessoal ocupado de 1% ao ano é insuficiente para sustentar um baixo desemprego.
Apesar de indícios de que o desemprego, ajustado sazonalmente, deverá aumentar na passagem de 2013 para 2014, a geração de empregos deve voltar a subir, avaliou o economista Barbosa. “Pode ser uma boa notícia, porque o número de pessoal ocupado tem diminuído bastante”, disse.
O aumento de 1,2% no Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) em dezembro ante novembro sinaliza para esse aumento sazonal na desocupação, embora o economista admita que o índice não capte a estagnação na ocupação. “Quem tem ditado a dinâmica do desemprego tem sido a PEA (População Economicamente Ativa), e isso nós não temos dados para captar. Estamos trabalhando para medir isso”, afirmou o economista. (Agência Estado)