São alvissareiras as notícias dando conta que o PT e o PTB aceitaram, finalmente, neste final de semana, caminhar para assumir a oposição na Assembléia do Estado de Pernambuco (Alepe). Nenhum governo funciona bem sem fiscalização. Faz parte da democracia. Quer alguns governantes gostem mais ou menos.

Nesta quarta-feira, no Recife, os oito deputados dos dois partidos, que ensaiam uma aliança, vão se reunir para definir os nomes da nova liderança. Pelo PT, o mais cotado é Manoel Santos, ligado à Fetape. Um agricultor, um quadro bastante coerente até aqui do PT. Pelo PTB, Augusto César, ligado a Armando Monteiro Neto. Biomédico e ex-prefeito de Serra Talhada, Augusto César já liderou a oposição no governo Jarbas Vasconcelos.

Os trabalhos legislativos voltam no dia 3 de fevereiro.

O tipo de combate que o grupo fizer ao governo Eduardo Campos dirá muito da estratégia nacional do próprio PT. O nível dos ataques pode mostrar se o PT ainda espera por Eduardo em um eventual segundo turno.

Quem fazia oposição em 2013 vai continuar fazendo oposição em 2014, como Betingo Gomes, Terezinha Nunes e Daniel Coelho. Eles disputam o chamado voto de opinião e não vão aderir ao governo, sob pena de se descredibilizarem junto aos seus eleitores. afinal, quem entrou no governo Eduardo foi o PSDB que já havia aderido ao governo, com uma oposição light.

Na casa, a dúvida que fica é se os oito deputados do PT e PTB vão fazer uma oposição de verdade ou apenas dois, três, quatro deles. Qual o posicionamento de cada um. Até recentemente, por exemplo, Odacyr Amorim era socialista. O petebista Sílvio Costa Filho chegou a ser um dos líderes do governo Eduardo. A conferir, a nova orientação.

Um ponto curioso diz respeito ao Democratas. Se continuar na oposição na Alepe, vai inaugurar uma inédita parceria com o PT no Estado, contra o governo Eduardo Campos. A rigor, já tem desculpa para mudar de lado e entrar no governo, uma vez que o PT está no novo polo agora. Depois do salto solto que o PMDB de Jarbas e o PSDB de Sérgio Guerra deram, nada será mais estranho nestas paragens.

(Jamildo Melo)