Chuva no sertão nordestino traz paisagem diversificada para a região

Grazzielli Brito – Ação Popular

A paisagem no sertão nordestino é quase todos os dias do ano de muita seca. A caatinga, os galhos secos e retorcidos das árvores adornam um quadro de muito sofrimento causado pela estiagem. Quando começa a chover, o verde trás cor e esperança para a região.

A chuva já trouxe o verde para a paisagem

A chuva é a imprevisível. No sertão não chove quase nunca, quando chove chove em locais isolados, proporcionando uma paisagem ainda mais interessante, encontra-se um local com água em abundancia, açudes cheios e vegetação verde e 100 metros a frente o conhecido cenário de seca.

Açude Rodeadouro ainda seco

Na região de Uauá, Bahia, percebe-se esse fenômeno ao se constatar açudes já sangrando como o de Caratacá e Barragem do Tigre, e outros ainda secos, a exemplo do açude Rodeadouro.

Desertificação

Até hoje, muitos especialistas em clima, em solo e áreas a fins se admiram da capacidade dos ‘nativos’, sejam eles vegetais ou humanos, de se adaptarem a desertificação que ocorre nessa região. A desertificação significa a morte das lavouras e dos animais, a falência do setor agrícola, a migração em massa da população rural, o alastramento de doenças infecciosas, o aumento da mortalidade infantil e mais um monte de coisas.

Os animais procuram alimento nas folhas verdes

As plantas da caatinga estão adaptadas à incerteza do ambiente. Elas sobrevivem quase hibernando quando o sol torra e ficam imediatamente verdes à primeira gota. Com elas, o deserto não avança, porque as raízes protegem o solo e retêm a água.

Em alguns locais bem próximos ainda há seca

O sertanejo, assim como a vegetação da região, é, como já disse Euclides da Cunha, um forte. O Nordeste ainda tem algumas das taxas mais baixas do país de acesso aos sistemas de água e esgoto, o que complica a convivência com um clima incerto. Nesse contexto, vive um povo tomado de coragem que trabalha cada vez mais pelo desenvolvimento desse país, que constantemente lhe vira as costas.

O polêmico projeto de transposição do rio São Francisco poderia ser um acerto: o rio garantiria um fluxo de água ininterrupto sertão acima. Mas o problema do sertão nunca foi a falta d’água: chove o suficiente, apenas de maneira irregular. Todos especialistas afirmam que, se o objetivo é fornecer água para o abastecimento das cidades e das pessoas, mais importante do que cruzar sertão com o São Francisco seria melhorar o sistema de captação das águas da chuva, conectando os vários açudes para que um possa ajudar a manter o outro cheio.

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