A 5ª Vara da Fazenda Pública, no Recife, determinou, em liminar a uma ação popular,?que o Governo do Estado crie condições para limpeza e desobstrução do histórico e simbólico prédio onde funcionou por décadas o Diario de Pernambuco, sobretudo em seu período mais relevante, na qual fez parte dos Diários Associados, conglomerado criado por Assis Chateaubriand.
A liminar foi concedida pelo juiz Augusto Napoleão Sampaio Angelim. O magistrado obrigou também que o poder público destine uma guarda patrimonial (ou serviço de vigilância privado) para impedir qualquer invasão do imóvel histórico, na Praça da Independência, pelos próximos 60 dias.
A ação popular foi ajuizada pelo advogado Henrique Rosa, de Petrolina, com base em postagem neste blog retratando a deplorável situação do imóvel, abandonado e com riscos até de desabar e se tornar um problema para quem transita pelo centro do Recife.
O juiz determinou, ainda, que o Governo de Pernambuco publique edital de licitação com vistas a contratação dos serviços de recuperação do imóvel e, ao final, seja o mesmo entregue à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), para que o órgão possa, enfim, promover a instalação do arquivo estadual, que sempre fora a ideia.
O Diario de Pernambuco, jornal mais antigo em circulação na América Latina, com quase 200 anos, ocupou o prédio até 2004, quando se transferiu para o bairro de Santo Amaro. Em constante crise, o imóvel foi vendido ao Governo do Estado por R$ 2 milhões.
O então governador Jarbas Vasconcelos negociou sua incorporação ao patrimônio pernambucano. A ideia era que a construção virasse sede do Arquivo Público Estadual, mas o projeto nunca saiu do papel. A única coisa que saiu foi a dinheirama dos cofres públicos estaduais.