Por Miriam Leitão
Do Jornal O Globo
O que motivou a prisão do general Walter Braga Netto é que ele “seguia buscando informações sobre dados sigilosos para, usando a sua rede de contatos, interferir no processo”, segundo me disse uma fonte que acompanha as investigações.
O outro motivo é que a informação de que ele entregou uma sacola com dinheiro — seriam R$ 100 mil — aos “kids pretos”, ele se colocou na mesma posição dos demais executores que foram presos há dias semanas.
A Polícia Federal já fez a extração do conteúdo dos celulares apreendidos ontem, e vai também examinar “centenas de pen drives” que foram apreendidos com o coronel Flávio Botelho Peregrino assessor de Braga Netto. Isso significa que a investigação continua e com um foco: descobrir quem é o “pessoal do agronegócio” citado na colaboração premiada de Mauro Cid.
A crítica feita pelo próprio Jair Bolsonaro e redes bolsonaristas de que Braga Netto não tem mais como interferir no processo tem dois erros: primeiro, ele estava ainda tentando obter informações sigilosas, segundo, as investigações continuaram mesmo depois dos 40 indiciados, e ganharam ainda mais força agora com o conteúdo desses celulares e das “dezenas de pen drives”.