Lossio diz que Compesa tem rejeição de 90% e fala de outros projetos

Grazzielli Brito – Ação Popular

Em entrevista exclusiva para o Jornal Ação Popular o prefeito de Petrolina – PE, Júlio Lóssio, falou sobre temas polêmicos da nossa região. Na oportunidade o Jornal contou com a participação especial de Paulo Roberto, âncora da Rádio Jornal para tratar assuntos importantes como serviço na distribuição de água, transposição do Rio São Francisco, atuação no PMDB, entre outros.

Municipalização da COMPESA

Sobre a tentativa da Prefeitura de Petrolina de municipalizar o serviço de distribuição de água e saneamento, Lossio não economizou nas críticas à Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). “Hoje a Compesa conseguiu ser rejeitada por 90 % da população. Eles fazem propaganda de investimento que não passam um sentimento de verdade porque falta água nos bairros. No João de Deus, Quati, São Joaquim, São Jorge esse problema se perpetua. A Compesa tem faturamento bom em Petrolina é um dos melhores do Estado, mas tem feito pouco investimento, o que faz, são oriundos do Orçamento Geral da União (OGU), ou seja, com dinheiro do Governo Federal. Tenho informação de que o lucro mensal em Petrolina da Compesa é de 2 milhões mensais e eles não revertem esse dinheiro na melhoria do serviço”, disse o prefeito.

A luta pela municipalização foi iniciada por Fernando Bezerra quando prefeito e hoje é defendida veementemente por Lossio. “Fernando desistiu dessa luta, mas eu não vou desistir nunca, vou a cartório assinar um documento dizendo que se um dia eu tiver um governador do meu partido eu vou continuar defendendo a municipalização desse serviço porque sei que é o melhor para a cidade, conheci cidades que fizeram isso obtiveram êxito. Um estudo feito aqui mostrou que podemos conseguir investir 400 milhões através de concessão pública e reduzir a tarifa em 6% que o aumento que a Compesa vai dar. A municipalização é caminho sem volta ela vai acontecer”, garantiu Júlio Lossio.

Relação com o PMDB

O prefeito diz ter uma boa relação com o vice-presidente, Michel Temer, que o tem ajudado a trabalhar por Petrolina. Mas, lamenta a atitude de outro pmdebista. “O senador Jarbas Vasconcelos, meu amigo, aliado, votei nele. Ele decidiu caminhar com PSB na eleição municipal e não concordo. As pessoas acertam e erram e eu acho que nesse caso ele errou”.

“Em Petrolina temos defendido muito um alinhamento maior com o PT até localmente pela relação que construímos com a vereadora Cristina, a deputada Izabel Cristina. Hoje elas estão com outro candidato, mas o nosso desejo é de estar mais aliado ao plano federal até mesmo porque o vice presidente tem me ajudado muito”. Apesar de ser do PMDB, o prefeito explica que tem uma linha diferente em relação ao partido na capital do Estado.

Transposição do Rio

Sobre a transposição do São Francisco o prefeito se mostra totalmente contrário. “Isso foi invenção do PSB. Ciro Gomes inventou esse projeto pra trazer balanço hídrico para o Ceará, e olha que sou cearense, mas a transposição é uma obra faraônica que está consumindo já dez vezes mais que o previsto em dinheiro isso é um crime contra o tesouro nacional. Deixa a presidenta em uma situação difícil. Se ela tirar dinheiro desse orçamento equivocado ela compromete outros setores importantes que estão parados, exemplo disso são as Universidades”.

Para Lossio não se deve desviar água para uma distância de um ou dois mil quilômetros quando existem regiões aqui bem próximas a 100 km do rio sem água até pra beber e cita projetos já prontos que esperam recursos bem menores que resolveriam esse problema como o ‘Projeto Pontal’ e ‘Canal do Sertão’.

Transporte Público

Quando questionado sobre os problemas com relação à mobilidade dentro das grandes cidades o prefeito disse já ter projeto pronto para Petrolina. “Petrolina é a única cidade de Pernambuco, incluindo Recife, que tem projeto pronto de VLT executável. A presidenta Dilma criou o PAC mobilidade para cidades de porte médio e somos a única cidade que tem esse projeto pronto para executar”.

Para Lossio um problema dos grandes centros foi ter investido muito tempo na construção de viadutos – que é bom pro construtos -, mas não é bom para a população porque não resolve o problema.