Marcelo Nilo ironiza atuação de líder da bancada do governo

Lilian Machado

Um dia após ter supostamente ajudado a bancada oposicionista, ao retirar da pauta a PEC do governo que autorizava a operação bancária para adiantamento dos recursos dos royalties do petróleo, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), criticou a condução da bancada do governo na Casa pelo líder Zé Neto (PT).

O dirigente do Legislativo usou o argumento da força do regimento para justificar seu posicionamento na apreciação dos projetos e negou que tenha agido politicamente contra o Executivo. Segundo Nilo, o que o motivou a barrar a proposição foi uma “decisão técnica”, disse, numa defesa indireta do pleito da oposição que considerou antirregimental votar as duas PECs dos royalties no mesmo dia. Mas, há quem diga que o presidente desautorizou qualquer tipo de contribuição da assessoria técnica da mesa ao governo na votação. Em entrevista à rádio Tudo FM,

“O deputado Zé Neto não lê o regimento, não tem assessoria, ultrapassa os limites da dificuldade, acha que tem que passar por cima de quem faz oposição. Toda hora ele me telefona: Como faz isso, como faz aquilo? Ele acha que sou assessor dele. Sou presidente de um Poder”, disparou Nilo.

Neto rebateu as ironias do presidente em entrevista à reportagem da Tribuna. “Sou advogado formado pela Ufba, especializado em JusPODIVM (Instituto de Ensino Jurídico e Concursos Públicos), tenho 16 anos de carreira. Na liderança, tenho três advogadas, uma delas com larga experiência na Casa Civil. Tenho ainda duas pessoas no Plenário que conhecem a Casa há 16 anos, portanto o meu problema não é de regimento, nem de assessoria técnica. O problema é a conduta do presidente que não condiz com o regimento”, ressaltou.

Segundo o petista, Nilo desrespeitou a norma. “No tocante ao artigo 228, diz que a questão de ordem será resolvida pelo presidente com recursos para o plenário e ele não aceitou os recursos”, relatou. Apesar do desentendimento, Neto afirmou que a sua postura no momento foi de contemporizar. “Até porque de sete projetos aprovamos seis”.

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