A Sudene sobrevive amparada no nome

Morte e ressurreição

Tem a marca da ingenuidade as declarações do ex-prefeito João Paulo de que seu papel à frente da Sudene será “resgatar” o papel que ela teve no passado, de principal órgão planejador do desenvolvimento do Nordeste. Vontade para isso ele deve ter. Mas a Sudene do século XXI não tem nada a ver com a velha Sudene de Celso Furtado, que conseguiu sobreviver até os anos 90 como principal fórum político regional. Hoje ela não tem mais função, não tem mais recursos e não planeja absolutamente nada em favor dos interesses do Nordeste. Basta dizer que o seu penúltimo superintendente foi um vereador de Maceió indicado pelo grupo político do senador Renan Calheiros. Aliás, quando ela foi extinta em 2001 pelo então presidente FHC já estava cambaleando e era acusada de irregularidades na administração de incentivos fiscais. Lula a recriou em 2003 para dar uma satisfação aos nordestinos, e desde então ela só vive do nome.

Chamava-se Fernando Bezerra (que não é o senador) o ministro da Integração no ano que FHC (2001) extinguiu a Sudene e a Sudam por uma Medida Provisória. Líderes de Pernambuco não gostaram, mas não tiveram força política para convencer o presidente a voltar atrás. Dois anos depois, na sede do BNB, em Fortaleza, na presença do então ministro Ciro Gomes (Integração) e do seu fundador, Celso Furtado, Lula anunciou a sua recriação, mas ficou apenas nisso.

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