O Palácio do Campo das Princesas divulgou nota nesta quinta-feira (3) negando que o governador Paulo Câmaratenha sido consultado para assinar um manifesto de apoio ao mandato da presidente Dilma Rousseff.
O manifesto foi divulgado em Fortaleza pelo governador Camilo Santana (PT) supostamente subscrito por todos os governadores do Nordeste.
Veja, abaixo, a nota do governador de Pernambuco:
I) Gostaria de registrar, para esclarecimento, o meu entendimento a respeito do momento político que vive o Brasil. Não houve tempo, de minha parte, de conversar sobre esta nota que está circulando como sendo a posição dos governadores do Nordeste.
II) A nota divulgada, a qual respeito, não teve minha participação. E, por isso, gostaria de externar minha posição.
III) Entendo que não existe, até aqui, as condições para o impedimento da presidente da República. Mas há agora um fato consumado:
foi aberto o processo de impeachment, para o qual, no meu entender, o presidente Eduardo Cunha tem sua legitimidade comprometida na condução da Câmara dos Deputados. Ele precisa deixar a presidência da Casa.
IV) Diante do fato consumado, espero que possamos superar esse impasse político. O que a população quer ver são ações em favor da coletividade, tais como a nossa luta para conter o avanço do mosquito aedes aegypti; o combate ao desemprego, que sobe em velocidade;
o esforço para tomar medidas certas para controlar a inflação; e nossa atuação para recolocar o Brasil nos trilhos para que o País volte a crescer e a gerar emprego e renda.
V) É necessária uma união nacional para a superação dos atuais obstáculos. Temos que trabalhar duro para que em 2016 esta crise política seja ultrapassada e que os problemas econômicos sejam efetivamente enfrentados. Isso só será possível com estabilidade política para resgatar a confiança e a credibilidade na nossa economia.
VI) Esse processo também é uma oportunidade para o Governo, de fato, quem sabe, rearrumar a sua base no Congresso Nacional e aprovar as medidas necessárias para ajustar a economia. É preciso dar um basta na política pequena, de troca de favores para qualquer tomada de posição.
VII) Nosso partido não votou nem na presidente da República e nem no presidente da Câmara dos Deputados. Trilhamos nosso próprio caminho. Essa postura continuará, defendendo as instituições e o respeito à Constituição do País.
Paulo Câmara
Governador do Estado de Pernambuco