‘A Bahia é o principal mercado de forró no brasil’, diz Adelmário Coelho

“A cadeia produtiva é grandiosa, mexe com muita coisa. Com vários seguimentos”, comentou

['A Bahia é o principal mercado de forró no brasil', diz Adelmário Coelho]
Foto : Matheus Simoni/Metropress

Por Marina Hortélio e Luiza Leão no dia 11 de Maio de 2018 ⋅ 19:10

A extensão da Bahia, que possui 417 municípios, torna os tradicionais festejos de São João uma potência cultural e econômica do estado, à frente, inclusive, do carnaval, de acordo com a avaliação do forrozeiro Adelmário Coelho.

“A Bahia é o principal mercado do Brasil. Eu lhe asseguro, é fato. E todos os amigos forrozeiros que vêm para cá acham isso porque a demanda maior. Tem o carnaval, que é uma festa planetária, mas quando você pensa, pensa em Salvador. No São João você tem 417 municípios e seus derivados. Todo mundo festejando. A cadeia produtiva é grandiosa, mexe com muita coisa”, disse, em entrevista à Rádio Metrópole.

Assim como Flávia Albano, soprano também presente ao Jornal da Cidade Segunda Edição, o forrozeiro defendeu que a educação desempenha um papel relevante para alavancar a importância das músicas, dos artistas e, principalmente, da tradição que o forró desempenha.

Contrário a leis que determinam a obrigatoriedade do forró nas datas comemorativas ao santo, Adelmário foi pacífico: “ É uma questão de educação, a consciência de entender que a festividade junina tem no seu cardápio, musicalmente, o forró. Isso eu conheci dessa forma. Quem nos antecedeu também. O que você vê é um cenário muito destrutivo dessa cultura”, apontou.

O artista baiano acrescentou que “distorções dentro das festividades juninas”, que têm outros ritmos incorporados, colaboram com o enfraquecimento do forró. “Você pegar uma data especialmente junina e não ter um forró é um crime. E isso acontece com certa regularidade”, apontou.

Mas nem tudo está perdido. Apesar das ameaças, cidades com festas tradicionais como Cruz das Almas, Amargosa, Senhor do Bonfim, que têm praças lotadas durante o mês de junho, fortalecem a tradição do “arrastapé”. “Quanto foi reverberado em outras cidades? É um exemplo que devemos seguir, prestigiando o forró na sua casa. Não sou radical a ponto de dizer que outros gêneros musicais não comportem, mas o que eu vejo hoje na juventude me dá motivação para continuar. Eles dizem: ‘Eu quero ir para um forró dançar forró. Se eu quiser dançar outro gênero musical eu vou para outro local’”, finalizou.

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