A nova pesquisa presidencial Datafolha

Uma nova pesquisa presidencial do Datafolha será divulgada na noite da próxima quinta-feira, 15 dias após a última feita pelo instituto.

Será realizada em três dias, entre a terça-feira e a própria quinta-feira. O instituto entrevistará presencialmente 5.744 pessoas acima de 16 anos em todos os estados brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. É o maior número de entrevistados até aqui numa pesquisa eleitoral do Datafolha. As informações são do colunista Lauro Jardim, do O Globo.

No último Datafolha, divulgado em 28 de julho, mantinha-se o resultado das pesquisas de maio e junho, ou seja, a possibilidade de Lula vencer já no primeiro turno. Considerando os votos válidos, o petista aparecia com 52% contra 32% de Jair Bolsonaro. É importante lembrar que a última foi feita dias depois do vexaminoso encontro de Bolsonaro com 40 diplomatas no Palácio da Alvorada em que ele reclamou pela enésima vez das urnas eletrônicas.

Já a pesquisa que será feita e divulgada na semana que vem surge num contexto de boas notícias para Bolsonaro. O mais recente índice do custo de vida medido pelo IBGE apontou 0,68% de deflação. A gasolina e o diesel tiveram mais de um reajuste para baixo no período. O Auxílio Brasil de R$ 600 começou a ser pago na semana passada. Outros benefícios incluídos na PEC Kamikase também.

Em paralelo, os trackings eleitorais têm mostrado que a diferença entre o presidente o ex-presidente se estreitou. Os trackings são pesquisas de intenção de voto diárias encomendadas por bancos e pelas campanhas dos candidatos com o intuito de monitorar o pulso da eleição passo a passo — não para divulgação do resultado, até porque não são registradas no TSE, mas para avaliação das estratégias e do cenário

O levantamento do Datafolha será importante também para medir a resiliência de Ciro Gomes. Em maio e em julho, Ciro manteve-se impávido em seus 8% de intenções de voto. A cada vez que se mede o pulso do eleitor para a corrida presidencial o fator Ciro pesa: se ele cair acima da margem de erro será um sinal quase fatal para o fôlego de sua candidatura.

Há no ar sempre o risco de alguém como ele ser destroçado pelo voto útil, como foi Marina Silva em 2018 (ela chegou ao final da eleição com menos de 1% dos votos). Para Ciro é fundamental ao menos manter-se onde está (ou crescer) para não morrer na praia justamente na semana em que a campanha começa oficialmente.

Simone Tebet está em situação parecida — embora muito mais atrás, com magros 2% na pesquisa de julho: se cair, pode ser abandonada de vez.

Além de perguntas sobre intenção de voto para presidente da República, a pesquisa tentará medir o que pensa o brasileiro sobre temas correlatos: o grau de rejeição e de conhecimento do eleitor em relação a cada um dos candidatos e em quem ele pretende votar no segundo turno.

Será avaliada também o grau de aprovação do brasileiro a respeito do governo Bolsonaro, se o eleitor confia no presidente e se o eleitor acredita que a economia vai melhorar.

Há outras perguntas que também estão destinadas a suscitar discussões. O Datafolha questionará o entrevistado se ele prefere uma ditadura ou uma democracia e se crê que o Brasil pode novamente passar a viver sob uma ditadura. E também vai tentar saber quem, para o eleitor, é o candidato mais preparado para combater a fome, cuidar da educação e da saúde e para diminuir o desemprego.

Ao longo da semana serão divulgadas algumas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, algumas patrocinadas por bancos e outras realizadas por institutos sem tradição ou absolutamente desconhecidos.

O Datafolha, porém, tradicionalmente baliza o sentimento do mundo político em relação à fotografia do momento eleitoral, ao lado das pesquisas do Ipec (ex-Ibope), cuja primeira rodada para medir a intenção de voto do brasileiro para outubro está sendo feita desde a semana passada e será divulgada na noite de amanhã no “Jornal Nacional“.

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