Anac: recuo pode atrasar concessão de aeroportos

Recuo de Bolsonaro em indicações da Anac pode atrasar concessão de aeroportos. Aprovação da entrada de novas empresas aéreas também passam pela diretoria da agência.

Folha de S. Paulo – Painel S.A.
Por Joano Cunha

A oscilação de Bolsonaro na indicação de nomes para as duas vagas na diretoria da Anac pode comprometer o ritmo das próximas rodadas de concessões de aeroportos. Em 24 horas, o presidente apontou dois nomes, retirou um deles, colocou outro e, por fim, retirou os dois. Na agência, os envolvidos no trabalho se assustaram porque o rito da concessão é longo e passa por reuniões da diretoria. Se a indefinição se prolongar, o desfalque no quórum pode atrasar o processo.

Outras questões, como a aprovação da entrada de novas empresas aéreas, a exemplo das companhias de baixo custo que estão chegando, também passam pela diretoria. Em março do ano que vem saem da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) o presidente e mais um diretor.

O enredo lembrou o movimento feito por Bolsonaro há poucos meses nas nomeações para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), quando o presidente também apresentou os sucessores e depois recuou, prolongando um processo que travou grandes operações de fusões e aquisições. Diferentemente do Cade, no caso da Anac, os processos não travam pela falta de quórum, mas podem ter a velocidade comprometida.

No mercado de aviação e infraestrutura, a impressão que ficou é a de que Bolsonaro aceitou colocar as vagas da Anac na negociação com o Senado. Nesta sexta (4), executivos do setor diziam que o custo da campanha por Eduardo Bolsonaro na embaixada em Washington atingiu o setor.

Entre os nomes que caíram, o que mais se lamentou no mercado foi o de Ricardo Catanant, hoje superintendente de serviços aéreos da agência, um técnico conhecido no meio como privatista radical.

Catanant atua nas negociações de acordos internacionais, frequência e abertura de mercado com outros países, como o céus abertos com os Estados Unidos. Agora está na Argentina com as equipes de Turismo e da SAC (Secretaria de Aviação Civil) para tratar de acordo com o país vizinho.

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