Bolsonaro: condenar agressões e controlar seus eleitores

Blog do Kennedy

Há algo em comum em todos os casos recentes de agressões físicas após o primeiro turno das eleições: todos os suspeitos são apoiadores do candidato do PSL, Jair Bolsonaro. Num deles, houve a morte de um capoeirista na Bahia que votou no PT.

É importante que a polícia investigue e reprima e que a Justiça puna. As autoridades públicas e nós, jornalistas, temos de ser muito firmes na condenaçãoo veemente da violência como arma de luta política.

Bolsonaro é um candidato antidemocrático. Tem histórico de declarações autoritárias e preconceituosas. Ele precisa fazer uma condenação pública muito forte para conter o ânimo de eleitores violentos. É um erro naturalizar o discurso de ódio. O mestre de capoeira Romulado Rosário da Costa está morto. Uma moça em Porto Alegre tem a marca de uma suástica feita a faca em seu corpo. Isso é ódio político. Agir com violência é uma ação típica de extrema-direita.

É a velha história do guarda da esquina. O problema são pessoas agressivas que estão se sentindo mais empoderadas para agir com violência contra adversários políticos.

Isso tem de ser condenado pelo Bolsonaro, por Fernando Haddad, pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, e pela presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Rosa Weber. Cabe também uma palavra do presidente Michel Temer.

Quando sofreu um atentado abominável em 6 de setembro, Bolsonaro contou com a solidariedade e o apoio de todos os candidatos à Presidência, de todas as autoridades públicas relevantes e de muitos jornalistas. Houve condenação veemente do país inteiro. Eu disse que ele não poderia ser responsabilizado pelo atentado que sofreu. Lembrei que a vítima nunca deve ser responsabilizada.

Mas Bolsonaro precisa se responsabilizar por seus eleitores, sob pena de machistas se sentirem mais livres para exercer seu machismo, de preconceituosos e violentos se sentirem mais livres para espalhar o ódio. Quem almeja a Presidência da República tem de agir com responsabilidade política e pessoal em relação a todos os cidadãos. Se ele não rechaçar e controlar esse tipo de violência, deve ser responsabilizado por incitação ao ódio e por estímulo à violência.

A polícia brasileira é violenta. O Brasil é violento. Um delegado não pode suavizar uma agressão com símbolo nazista _marca de um dos maiores crimes contra a humanidade. Nossos policiais, que têm filhos e filhas, pais e mães, irmãos e irmãos, precisam agir com rigor para punir pessoas que queiram fazer da violência uma arma política.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *