Ciro em Oxford sobre Lava Jato: “Que se ferrem todos”

O ex-ministro Ciro Gomes, que dividiu a mesa com o ex-ministro Jaques Wagner durante debate em Oxford, na Inglaterra, se referiu à delação de Palocci dizendo “eu quero é que se ferrem todos. Quem deve tem que pagar.”

Ciro repudiou o uso que está sendo feito do mecanismo de delação premiada. Segundo ele, a delação é apenas um dos meios de prova, e as pistas dadas por elas precisam ser comprovadas de outras formas. Mas, segundo ele, elas estão sendo publicadas e destruindo reputações sem provas.

—Talvez um dos maiores interessados no Brasil que a Lava-Jato tenha êxito sou eu.Não sou citado em lista nenhuma. Se essas listas forem apuradas eles forem culpados, eu fico praticamente sozinho na área. Mas isso não me permite violentar minha consciência jurídica.

O juiz federal Sérgio Moro, principal responsável pela operação, estava na plateia no painel composto por Ciro, mas não permaneceu na sala na hora da exposição do ex-governador. Ele retornou para a fala do segundo participante e sentou-se ao lado do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que também participava do evento.

Em março, Ciro gravou um vídeo no qual dizia que, se Moro tentasse prendê-lo sem que ele houvesse feito algo errado, a “turma” do juiz “seria recebida na bala”.

Em entrevista depois da palestra, Ciro disse não acreditar que exista inclinação partidária na operação.

— A questão básica é o seguinte: aplauso e juventude. É muito difícil para um ser humano não sair do equilíbrio.

Ciro disse que a corrupção é um problema grave, mas não é o único problema no Brasil, que envolve desemprego, problemas de infraestrutura e inflação.

— Não adianta imaginar que um anjo vai cair do céu, bater o chicote e resolver — disse durante a palestra e, especificou que a fala não se referia a Moro.

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