Ciro está certo ao buscar apoios em todos os lados

 

Próximo presidente da República será obrigado a conversar com todas as forças 

Ciro Gomes já começa a ser alvo de “patrulhas” por ter iniciado conversas com o deputado Rodrigo Maia e o senador Ciro Nogueira, presidentes nacionais do DEM e do PP, respectivamente. Ao mesmo tempo pisou na bola ao afirmar que só fecharia acordo com esses dois partidos após acertar-se com o PSB e o PCdoB, suas principais prioridades, para assegurar a “supremacia moral” da chapa. Ora, todo mundo sabe que os nossos partidos perderam credibilidade enquanto “porta-vozes” de parcelas da sociedade, que em todos militam salafrários e homens de bem e que qualquer candidato que se eleger presidente da República vai precisar do apoio de muitos deles para constituir maioria no Congresso, sob pena de não governar. Isso não é e não deveria ser novidade para ninguém. Fernando Henrique Cardoso que se elegeu presidente em 1994 com o carimbo de “esquerdista” teve que ceder a vaga de vice a Marco Maciel e dois ministérios ao senador Antonio Carlos Magalhães, então rotulado como “símbolo da direita”, para poder ter o PFL ao seu lado. E Luiz Inácio Lula da Silva, que o sucedeu em 2002 como representante das “esquerdas”, foi obrigado a ceder ministérios ao que há de mais fisiológico no Congresso Nacional: PP, PTB, PR, PRB, etc. Ou faria isso ou não governaria. Com o próximo presidente da República não será diferente, a menos que se mude o povo ou o nosso sistema eleitoral. Ele terá que dialogar com todas as forças para tentar unir o Brasil e garantir-se o mínimo de governabilidade. Ou, do contrário, vira um zumbi no Palácio do Planalto.

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