Com medo de demissão de Guedes, Estadão critica “destempero” de Bolsonaro: incapaz de controlar a própria língua

Porta-voz do sistema financeiro e de parte do empresariado paulista, Estadão cita “en passant” os ataques à jornalista da Folha e liga as sirenes em relação aos rumores da saída de Guedes

  

Com medo de que os rumores de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixe o governo, o jornal O Estado de S.Paulo fez novo editorial atacando o “destempero” de Jair Bolsonaro, dizendo que os acontecimentos dos últimos dias é uma “demonstração cabal da incapacidade do presidente de controlar a própria língua e, por extensão, o governo que chefia”.

Porta-voz do sistema financeiro e de parte dos empresários paulistas que não embarcaram no alinhamento da ala da Fiesp de Paulo Skaf, o jornal da família Mesquita cita “en passant” os ataques do presidente à jornalista da Folha, Patrícia Campos Mello, e liga a sirene em relação às “declarações enigmáticas acerca da permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo”.

“Não é trivial que o presidente venha a público, sem ser provocado, para manifestar-se sobre a possibilidade de demissão de seu principal ministro, responsável pela condução da economia e avalista de Bolsonaro ante investidores internos e externos”, diz o Estadão, dando claro sinal do descontentamento da cúpula capitalista com o governo.

O jornal ainda lista os “motivos” que dariam “materialidade a rumores de que a equipe econômica estaria descontente”.

“Motivos, afinal, não faltam: além de ser notória a falta de apoio do presidente às reformas, Bolsonaro não demonstrou empenho em defender seu ministro da Economia depois que este deu declarações desastrosas sobre funcionários públicos “parasitas” ou sobre os efeitos, a seu ver absurdos, do dólar barato, como a possibilidade de uma empregada doméstica viajar para o exterior”.

Sinalizando um embarque de parte do empresariado a um possível pedido de impeachment de Bolsonaro, o Estadão diz ainda que o governo está em “permanente combustão” e que o presidente, quando se manifesta, joga gasolina ao fogo.

“A confusão de seu governo é reflexo de uma profunda incompreensão acerca de seu papel como presidente. Governar não é ofender – seja a honra das pessoas, seja a inteligência alheia”, diz o texto.

 

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