Com pedido de casamento na Arena de Pernambuco, torcedor do Sport quer se casar na Ilha do Retiro

“Quase dava errado, porque eu ia fazer o pedido no intervalo e ela pediu para comprar água”, relembra Jherffesson Kelvin dos Santos

Momento do pedido de casamento, enquanto jogadores do Sport e do Santa Cruz se preparavam para os lances da marca penal
Momento do pedido de casamento, enquanto jogadores do Sport e do Santa Cruz se preparavam para os lances da marca penal – Foto: Arquivo pessoal

Torcedor do Sport e estudante de engenharia mecânica, Jherffesson Kelvin dos Santos, de 26 anos, lembrará do Clássico das Multidões do último sábado (16) por uma felicidade ainda maior que a de ter eliminado o rival Santa Cruz do Campeonato Pernambuco e ter avançado à fase final da competição. Na mesma data, enquanto a vitória rubro-negra ainda não era uma certeza dentro de campo, na arquibancada ele demonstrava os seus planos para o futuro. Foi assim que pediu a vendedora Maria Gabriela Pereira da Silva, de 19 anos, em casamento. Ela disse sim.

De costas, Maria Gabriela, de 19 anos, não sabia que seria pedida em casamento durante o Clássico das Multidões do último sábado (16) | Foto: Arquivo pessoal

 O casal mora em Araçoiaba, município do interior de Pernambuco, e se conheceu em 2020, em lados opostos de uma brincadeira.

“Nos conhecemos em uma brincadeira de queimado. Eu, até então, tratava ela como uma colega e minha rival no queimado. Um amigo dela veio me perguntar se eu achava ela bonita e pediu para que eu apenas respondesse e eu disse que sim. No outro dia, ele perguntou a ela se ficaria comigo e ela sim, mas não sabia se tinha coragem, porque só tinha namorado uma vez e terminou em duas semanas. Eu disse a ele que ficaria com ela, mas que não tinha coragem de pedir”, relembra o noivo.

Foi então que a assistência do amigo voltou a entrar em campo. “Passaram-se uns dias e ele me pediu para ir buscá-la para o jogo, dizendo que ela estava interessada em mim. Desde que ele me fez aquela pergunta, não parei de pensar na possibilidade de estar junto dela. Antes dessa pergunta, era totalmente descartada essa possibilidade. Eu achava ela muito linda para mim, e a vibe da gente era um pouco diferente também”, confessa.

Os impedimentos que ele elaborava, no entanto, sofreram substituições ao longo do jogo do amor.

“Busquei ela, que não estava sabendo de nada. Em vez de irmos ao queimado, fomos procurar um lugar mais tranquilo. E assim foi a primeira vez que ficamos”, detalha.

Quando o ritmo poderia ser conduzido à vitória, um empate sem gols aconteceu na vida do casal. “Passamos um tempo juntos, aí tivemos uma briga e cada um foi para o seu lado”, relembra.

Com o intervalo de dois anos concluído, o segundo tempo foi encarado por ambos como uma nova chance.

“Dois anos depois, teve uma festa e eu estava cirurgiado na barriga e atrás da orelha. Não podia sair, só que meu primo insistiu muito. Chegando lá, por ironia do destino, lá estava Gabi”, diz.

Com curativo na orelha, o estudante (de camisa branca) encontra Gabi ao acaso durante show | Foto: Arquivo pessoal

Mas o jogo da volta não foi nada fácil.

“Eu chamava ela e ela ficava me ignorando, fingindo que não estava me vendo. Me aproximei e o tio dela, que sabia que a gente ainda se gostava, pediu para eu puxá-la no meio da multidão e dançar. Quando a abracei, começamos a discutir no show”, completa.

Com tempo complementar, no entanto, tudo voltou ao seu lugar de origem.

“No dia seguinte, conversamos pacificamente e nos entendemos. Vimos que realmente fomos feitos um para o outro e reatamos o que nunca devia ter acabado”, define.

Desde então, a parceria do casal vem se fortalecendo em uma crescente que pede por mais. E foi durante os preparativos para a partida decisiva do último fim de semana, que a ideia do pedido aconteceu.

“Ela também torce para o Sport, mas não é fanática como eu. Foi bem inesperado, até para mim. Ela aceitou ir ao jogo e na hora em que eu estava na barbearia parar cortar meu cabelo, chegou um cliente se preparando para um casamento. Nessa hora, ‘subiu uma lâmpada na minha cabeça’ de fazer o pedido na Arena, e quase dava errado, porque eu ia fazer o pedido no intervalo do jogo e ela pediu para ir comprar água”, relembra, entre risos.

Foi assim que um plano reserva entrou em cena para tentar recuperar o lance, mas em vão, porque depois de 14 longos minutos de espera, o árbitro de vídeo do clássico decidiu que o gol de Barletta estava impedido. Jherffesson Kelvin, por sua vez, teve que esperar mais alguns minutos até o novo momento.

“Eu estava tremendo a todo instante. Passamos o intervalo todo na fila e pensei em pedir quando saísse o gol do Sport, mas o VAR anulou. Eu já estava sem esperança, até que me veio a ideia de pedir enquanto os jogadores se alongavam para os pênaltis. Tirei a bandeira do Sport e o celular que estavam na mão dela e o pedido aconteceu. Foi com muita fé e nervosismo”, confessa.

Plano de fazer o pedido durante o intervalo do jogo foi frustrado, por Maria Gabriela pedir para comprar água no estádio | Foto: Davi Gueiros

Com aliança no dedo, o planejamento do casal agora está voltado para a mobília da casa. Nesse mesmo período, a dupla espera por outra assistência para que o próximo ‘sim’ seja celebrado em casa, no Estádio da Ilha do Retiro.

“Estamos nos planejando para comprar nossos móveis e reformar a casa que já temos, para que o casamento saia o quanto antes. Estamos levantando dinheiro para conseguir juntar nossas coisas. Até vendo o meu carro para conseguir passar meus dias mais próximos dessa mulher tão incrível. Se o Sport ajudar, eu caso na Ilha do Retiro hoje mesmo”, assegura.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *